Rodas de Diálogos “Mulheres Negras Para um Planeta 50-50: O que queremos em 2030?” será realizado em Salvador, Maceió, Recife, Porto Alegre e Rio de Janeiro

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As organizações da sociedade civil de mulheres negras brasileiras vão realizar  Rodas de Diálogos “Mulheres Negras Para um Planeta 50-50: O que queremos em 2030?”, de 5 a 16 de dezembro, em 5 capitais brasileiras (Salvador/BA; Maceió\AL, Recife/PE, Porto Alegre/RS e Rio de Janeiro/RJ). Os diálogos, vão acontecer em parceria com a ONU Mulheres, e têm como foco discutir como garantir que as afro-brasileiras estejam no centro das ações para o cumprimento da Agenda de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, como uma condição para o alcance de um Planeta 50-50 em 2030. As atividades serão realizadas no âmbito dos 16 dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres e Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Em Salvador, o diálogo será feito no próximo dia (5), a partir das 17h, pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, no Centro de Estudos Afro- Orientais (CEAO), no Largo Dois de Julho e irá contar com a participação de representantes da sociedade.  O objetivo dos diálogos é garantir que as organizações do movimento de mulheres negras possam discutir entre si estratégias e identificar ações, a serem realizadas numa parceria com o Sistema ONU no Brasil, para o cumprimento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Para a coordenadora executiva do Instituto Odara, Valdecir Nascimento, este é um momento de incidência muito grande dos movimentos de mulheres negras no Brasil e também de muitos desafios em função do impacto do racismo e da violência na vida das mulheres negras. “Somos a maioria neste país e precisamos fortalecer as ações que venham a nos ajudar a reduzir a violência e o feminicídio de mulheres negras no Brasil e na Bahia, que só vem aumentando nos últimos anos. Portanto, vamos aproveitar os 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres e o dia internacional dos direitos humanos para dar visibilidade a esse debate. Precisamos refletir sobre desenvolvimento econômico, político e social das mulheres negras observando a realidade que nos atinge em todo o país ”.

De acordo com o “Mapa da Violência 2015: Homicídios de Mulheres no Brasil”, realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FlACSO), o assassinato de mulheres negras aumentou 54% nos últimos dez anos, de 1.864 (2003) para 2.875 (2013). Neste mesmo período o número de homicídios que vitimou mulheres brancas reduziu 10%, de 1.747 para 1.576.

O Brasil ocupa a incômoda 5ª posição em ranking global de homicídios de mulheres, entre 83 países elencados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2013, a taxa de mortes por assassinato de mulheres no Brasil, para cada 100 mil habitantes, foi de 4,8 casos. A média mundial foi de dois casos. Foram 4.762 mulheres mortas violentamente no país naquele ano: 13 vítimas fatais por dia.

 

Na Bahia, a situação também é preocupante. A violência doméstica tem sido responsável por 9,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres existentes. Com isso o estado aparece como o segundo mais violento do Brasil, atrás apenas do Espírito Santo, que possui média de 11,24 para cada 100 mil mulheres.

 

Os diálogos, nos cinco estados que serão realizados, estão sendo organizados pelo Odara em parceria com a Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), a Rede de Mulheres Negras do Nordeste, e organizações locais, com apoio institucional da ONU Mulheres Brasil e deverá produzir um documento que vai revelar novas metas para a Localização dos ODS no Manifesto da Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver 2014, elaborado pela ONU Mulheres Brasil, compreendendo necessidades das mulheres negras que ainda não foram identificadas nos ODS. Além de servir para que as ativistas possam realizar uma análise da conjuntura política e social do Brasil em 2018, constituindo também um espaço para que discutam nos seus estados quais resultados esperam para o empoderamento econômico, social e político e garantia do bem viver das mulheres negras brasileiras até 2030.

 

 

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