Mais de 200 milhões de crianças sofrem violência sexual no mundo, diz ONG
Segundo relatório de organização, quase metade das vítimas das agressões sexuais são meninas menores de 16 anos Mais de 200 milhões de crianças foram vítimas de violência sexual no mundo, segundo um relatório do Plano Internacional, organização não governamental que propõe uma maior ação dos governos e da sociedade civil para erradicar este problema. O relatório “O […]
Segundo relatório de organização, quase metade das vítimas das agressões sexuais são meninas menores de 16 anos
Mais de 200 milhões de crianças foram vítimas de violência sexual no mundo, segundo um relatório do Plano Internacional, organização não governamental que propõe uma maior ação dos governos e da sociedade civil para erradicar este problema.
O relatório “O direito das meninas a aprender sem medo”, ao qual a Agência Efe teve acesso neste sábado (09/03), mostra que “em nível mundial estima-se que 150 milhões de meninas e 73 milhões de meninos sofreram algum tipo de violência sexual” no mundo todo.
Com base nos dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a organização afirma que “quase metade de todas as agressões sexuais são cometidas contra meninas menores de 16 anos”.
Entre 500 milhões e 1,5 bilhão de meninos e meninas sofrem algum tipo de violência a cada ano, indica o estudo da ONG presente em 70 países, e ressalta que “a prevalência da violência sofrida por meninos e meninas no mundo é inaceitável”.
Além disso, pelo menos 246 milhões de crianças sofrem violência nas escolas a cada ano, segundo os cálculos da organização.
“Cerca de 66 milhões de meninas não recebem a educação que poderia transformar suas próprias vidas e o mundo em que vivem”, já que é mais provável que as que completam a educação primária e o ensino médio tenham uma renda mais alta, menos gravidezes não desejadas e rompam assim os ciclos de pobreza.
O relatório da ONG identifica a violência de gênero existente em torno das escolas como “principal barreira para a conquista da educação de qualidade”.
O Plano Internacional acrescenta que “na maioria de sociedades, as relações desiguais de poder entre adultos e crianças e os estereótipos de gênero deixam as meninas, nas escolas, vulneráveis ao assédio sexual, coerção, exploração e discriminação dos docentes”.
No caso da América Latina e do Caribe, as gravidezes precoces, que aumentam na região, demonstram uma situação de abuso e de violência sexual. O quadro configura uma ação delitiva que prejudica “gravemente” o desenvolvimento atual e futuro das meninas.
Assim afirmou à Efe o austríaco Roland Angerer, diretor regional da Plano Internacional, que afirma que a América Latina e o Caribe contam com pouco mais de 104 milhões de meninas, muitas delas sem oportunidades de desenvolvimento.
Nessa realidade incidem de forma determinante as gravidezes não desejadas, que muitas vezes acontecem como consequência da violência doméstica, nas escolas e também pelo ambiente social da comunidade em que vivem, sustentou o diretor para a América Latina e o Caribe da ONG.
Outro fator que influencia contra o desenvolvimento das meninas é o trabalho doméstico, que segundo Angerer “toma o tempo” de estudo e atrasa a entrada na escola.
Somado a isto, estão os conteúdos educativos, que constituem outra barreira que “não ajuda a superar as diferenças de gênero”, diminuindo oportunidades e autonomia, acrescentou o diretor de Plano, que tem no Panamá seu escritório regional para a América Latina e o Caribe.
A ONG enfatiza a necessidade de que, além de assegurar o acesso às escolas, as crianças recebam uma “educação de qualidade, em ambiente escolar seguro, livre de preconceitos e que promova a igualdade de gênero”.
Nesse sentido, a Plano Internacional propõe também ações “integrais e integradas” entre os governos e a sociedade civil para prevenir e responder à violência.
Ditas ações e políticas “devem ser sensíveis ao gênero, levar em conta a diversidade de experiências, as necessidades de meninas e crianças marginalizadas, e analisar especificamente o contexto escolar”, destaca a ONG, fundada em 1938.
Fonte: Opera Mundi
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