Baianas de acarajé asseguram espaço nos jogos da Copa das Confederações
Após muitos debates, manifestações e ampla mobilização as baianas de acarajé poderão comercializar seus quitutes dentro da Arena Fonte Nova durante os jogos da Copa das Confederações. Nesta sexta-feira (7), o projeto de comercialização do acarajé no local foi apresentado pela Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 (Secopa), o […]
Após muitos debates, manifestações e ampla mobilização as baianas de acarajé poderão comercializar seus quitutes dentro da Arena Fonte Nova durante os jogos da Copa das Confederações. Nesta sexta-feira (7), o projeto de comercialização do acarajé no local foi apresentado pela Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 (Secopa), o Escritório Municipal da Copa (ECopa), e a Associação das Baianas de Acarajé e Mingau (Abam).
O projeto será composto por dois quiosques de 50 m² e 25 m², comportando, respectivamente, quatro e dois tabuleiros e prevê um grupo de seis baianas de acarajé para trabalhar no local, de um total de 31 profissionais. A presidenta da ABAM, Rita Santos, será uma das profissionais que terá um tabuleiro durante os jogos e definiu a aprovação da reivindicação das baianas como uma vitória da cultura brasileira. “Não foram somente Bahia e Salvador que venceram. Essa é uma vitória da cultura do Brasil”, disse.
Na ocasião, ela também explicou que o acarajé vai custar de R$ 5 a R$ 8. A Secopa informou que os quiosques já estão sendo produzidos e deverão ser inaugurados na primeira partida da Copa das Confederações 2013, na Fonte Nova, no dia 20 de junho.
Para a coordenadora executiva do Odara – Instituto da Mulher Negra, Valdecir Nascimento, o resultado positivo das negociações com a Secopa é fruto do amplo trabalho de mobilização e reivindicação feita pela ABAM em parceria com organizações do movimento social e o Comitê Popular da Copa de Salvador.
“ As baianas lutaram para defender o nosso patrimônio e seus direitos. Este foi um ano de muitas manifestações, que veio contribuir para garantir esse resultado. É necessário ter um projeto justo e digno para os ambulantes, para a população em situação de rua, ou seja, precisamos lutar para determinar que, de fato, tenhamos um legado social para a cidade com a chegada dos grandes eventos. Em Salvador, no entanto, temos que atrair as pessoas para o debate do turismo sexual e da limpeza étnica. Para isso, vamos entrar no jogo e lutar pela participação da população soteropolitana e brasileira no processo dos jogos do mundial”, disse Valdecir Nascimento.
Mobilizações em Salvador
De 02 a 07 de abril, período de inauguração da Arena Fonte Nova várias manifestações foram realizadas, em frente ao estádio para denunciar a exclusão dos ambulantes, das baianas de acarajé, da população em situação de rua, dos catadores e para criticar parte dos contratos abusivos que resultaram na situação da cidade após a Copa. As passeatas e atos foram organizados pelo Comitê Popular da Copa, Odara e ABAM.
Um dos principais protestos a favor de espaços ao redor do estádio para as baianas vendedoras de acarajés durante os eventos da Fifa foi realizado do lado de fora da arena no momento da cerimônia de inauguração oficial da Arena Fonte Nova com a presença da presidente da república, Dilma Rousseff, e dirigentes da Fifa.
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