Comitê Brasil ElesPorElas faz sua primeira reunião em Foz do Iguaçu
ONU Mulheres está liderando frente multisetorial composta por empresas, universidades, governos, sociedade civil, homens públicos e mídia, para sensibilização da sociedade brasileira, engajamento à plataforma global www.heforshe.org/pt e ações inovadoras para a igualdade de gênero
Empresas, governos, universidades, sociedade civil, grupos de comunicação e homens públicos. Com esta formatação, o Comitê Nacional Impulsor Brasil ElesPorElas (HeForShe) se reuniu, na cidade de Foz do Iguaçu, em 25 de junho, antecedendo ato de formalização da sua criação. Mobilizado pela ONU Mulheres Brasil, o grupo atuará para sensibilização da sociedade brasileira, engajamento à plataforma globalwww.heforshe.org/pt e ações inovadoras para a igualdade de gênero.
“Estamos diante de uma janela histórica para que o empoderamento de mulheres e meninas realmente possa acontecer, nos próximos 15 anos, e isso depende de consciência pública, prática cotidiana, investimentos e muito trabalho para eliminar as barreiras que separam mulheres de homens e meninas de meninos”, afirmou Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.
A representação governamental está com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) e a Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Seis empresas compõem o eixo corporativo – duas públicas e quatro privadas: Avon, Correios, Itaipu Binacional, KPMG, Renault e Unilever. Pela academia, estão a Universidade de São Paulo (USP), uma das dez universidades globais do Impacto 10x10x10 HeForShe, a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
A sociedade civil está representada por duas organizações feministas e três voltadas aos homens: Articulação de ONGS de Mulheres Negras Brasileiras, Articulação de Mulheres Brasileiras, Instituto Papai, Promundo e Papo de Homem. Entre os homens públicos, está o deputado estadual Edegar Pretto, coordenador da Frente Parlamentar de Homens pelo Fim da Violência contra a Mulher. Pela mídia, são três representações: GNT-Globosat, Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e Propeg Comunicação SA.
Apoio de parceiras e parceiros – Para a diretora financeira executiva da Itaipu Binacional, Margaret Groff, “é uma honra a Itaipu fazer parte do movimento ElesPorElas. Acredito que esse movimento chegou num bom momento para o desenvolvimento sustentável e a justiça sócia de toda a humanidade”, disse lembrando que a equidade de gênero está há 20 anos na pauta.
A professora Claudia Toni, assessora do gabinete do Reitor da Universidade de São Paulo (USP), anunciou que a universidade fará campanha para enfrentamento à violência nos campi e está mobilizando as universidades de Buenos Aires (UBA) e Nacional Autônoma do México (UNAM) para ações em 2016.
O deputado estadual Edegar Pretto (PT-RS), criador da única Frente Parlamentar Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, comprometeu-se em mobilizar mais parlamentares brasileiros no movimento ElesPorElas. Já o diretor jurídico da Renault, Joaquim Martins Ferraz Filho, salientou a força das mulheres na empresa e nas decisões de compras. Na empresa, elas são 20% dentre os funcionários de suporte e 11% na gestão.
Em sua saudação ao grupo, o vice-presidente de Recursos Humanos da Unilever, Eduardo Reis, apontou que a empresa assume “o compromisso ElesPorElas para despertar a liderança inclusiva”.
Mudanças sociais – Representante da sociedade civil, o coordenador executivo do Instituto Papai, Sirley Vieira, considerou que “uma ação como essa é fundamental para o movimento político que o Brasil vive. Uma ação como essa não pode ser somente o clique [adesão à plataforma online], mas rever práticas, políticas públicas, empoderamento e educação”. Para a coordenadora de Projetos do Promundo, Linda Cedeira, conclamou o Comitê para “fazer uso e influência do poder que vai ter” para fazer avançar direitos para mulheres e meninas, lembrando a escravização sexual e a limitada licença paternidade como alguns dos desafios a serem incorporados pelo movimento ElesPorElas no Brasil.
Representante da Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras, Emanuele Góes, alertou para o cruzamento do racismo e do sexismo. “As desigualdades, no Brasil, seguem as hierarquias de raça e gênero”. A professora Denise Bomtempo, representante da Universidade de Brasília na reunião, mencionou as iniciativas da universidade, tais como Coordenação de Diversidade, UnB contra Todas as Formas de Opressão, espaço de denúncia e acolhimento multidisciplinar, Mulheres das Engenharias, Centro de Convivência Negra, como resposta às práticas discriminatórias na universidade. Apontou, ainda, o Observatório Latino-americano de Responsabilidade Social das Universidades como um espaço importante para o movimento ElesPorElas.
Na rodada, o diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Nelson Breve, comentou ter o apoio do Conselho Curador da EBC ao movimento ElesPorElas e que é importante “convencer os homens que o empoderamento das mulheres não é o desempoderamento dos homens”.
O encontro teve saudação da diretora regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe, Luiza Carvalho, e foi acompanhado por autoridades do governo paraguaio. Ao final da reunião, ocorrida em 25 de junho, foi instalado o Comitê Nacional Impulsor Brasil ElesPorElas (HeForShe).
ElesPorElas – Criado pela ONU Mulheres, o movimento ElesPorElas (HeForShe) é um esforço global para envolver um bilhão de homens e meninos na remoção das barreiras sociais e culturais que impedem as mulheres de atingir seu potencial e a organizar juntos, homens e mulheres, uma nova sociedade.
Fonte: Onu Mulheres
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