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INFORME RUMO À MARCHA DAS MULHERES NEGRAS POR REPARAÇÃO E BEM VIVER – 2025

Comitê Nacional da Marcha, 3 de Julho de 2024

comitemarchamulheresnegras@gmail.com

A Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, que também vem sendo chamada de 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras, será realizada no dia 25 de novembro de 2025, em Brasília (DF), e será um marco na luta pela garantia de direitos das mulheres negras no Brasil. A projeção é que cerca de 1 MILHÃO de mulheres negras de todos os estados e regiões do país estejam na capital federal.

Nós, Mulheres Negras Brasileiras, estamos em marcha para reforçar o nosso protagonismo histórico no enfretamento ao racismo patriarcal; visibilizar nossos modos de fazer incidência política, baseadas no legado ancestral e nos projetos de continuidade da comunidade negra; e reafirmar o enfrentamento contínuo ao genocídio da população negra, ao feminicídio e a negação dos direitos fundamentais dos povos e comunidades tradicionais.

Somos as anônimas guerreiras brasileiras inquietas, mobilizadas e provocadas para discutir, articular e construir o projeto de Reparação Histórica pelos terríveis danos causados pelo colonialismo e escravização do povo negro – que perdurou por quase 400 anos, e que ainda orientam o pensamento e o modus operandi racista patriarcal da elite branca que governa este país. Nós, mulheres negras, já começamos a fazer os cálculos e agora queremos saber: quem vai pagar a conta?

Somos as anônimas guerreiras brasileiras que tem acionado o paradigma do Bem Viver – pactuado pelo Movimento de Mulheres Negras na Carta da Marcha contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver de 2015 -, que rejeita o modelo desenvolvimentista violento do capitalismo e propõe  uma outra dinâmica política, através da superação do racismo, do sexismo, da LGBTQIA+fobia e de todas as formas de discriminação.

A Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver está sendo articulada e organizada nos 27 estados da federação e convoca as mulheres negras a instalar seus Comitês Impulsores Estaduais, Municipais e Regionais para realizarem a mobilização a partir de reuniões, encontros, passeatas, elaboração de materiais, debates, entre outros.

Como caminhamos

O lançamento oficial da 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras aconteceu no dia 21 de Março deste ano, durante a programação do Março de Lutas – 2024. Desde então, meninas, jovens e mulheres negras têm sido convocadas a se articularem em seus municípios, estados e regiões. Após o lançamento nacional, diversas organizações de mulheres negras realizaram um encontro de planejamento da Marcha, entre os dias 14 a 16 de maio, em Brasília, com o objetivo de organizar os próximos passos, estruturar as ações de mobilização, planejar as ações unificadas em torno do Julho das Pretas 2024 e instalar o Comitê Impulsor Nacional.  Após o encontro de planejamento, o Comitê Impulsor Nacional foi criado.

Primeiras Orientações

Faltam apenas 17 meses para a Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver e nossa construção segue a todo vapor! A partir de agora e à medida que as informações forem sendo confirmadas, vocês estarão a par de todos os detalhes. Portanto, acompanhem nossos informes e fiquem por dentro. É importante destacar que vários espaços e atividades estão sendo programadas e articuladas pelo Comitê Nacional da Marcha e pelos grupos nos estados. Organize-se no seu território e faça parte desse momento histórico! 

  • SOBRE A LOGO IDENTIDADE VISUAL DA 2ª MARCHA: Estamos em fase de criação da identidade visual. Logo que for apresentada pela comunicação enviaremos para todos os estados junto com o manual de marca;
  • SOBRE A MOBILIZAÇÃO NOS MUNICÍPIOS, ESTADOS E REGIÕES: Os comitês impulsores nos estados devem ser criados a partir da sua realidade local.
  • Isso significa que os estados podem ter quantos comitês desejarem, inclusive Comitês Municipais e locais, em comunidades;
  • Indica-se que se criem comitês regionais, formados pelas organizações que compõem os comitês estaduais e municipais.
  • É necessário interiorizar a mobilização da Marcha. Não podemos nos restringir às capitais;
  • Os comitês precisam começar a captar recursos desde já para garantir a presença do maior número de mulheres na Marcha.
  • SOBRE O COMITÊ NACIONAL DA MARCHA

Foi criado um comitê nacional da 2ª Marcha, inspirado na metodologia da Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo, a Violência e Pelo Bem Viver, de 2015. O Comitê Nacional será formado por Articulações, Redes e Fóruns Nacionais e Regionais: de Mulheres Negras, ou Negras Mistas. As Articulações, Redes e Fóruns Nacionais e Regionais que desejem participar do Comitê Impulsor Nacional devem enviar email de solicitação para: comitemarchamulheresnegras@gmail.com

Já compõem o Comitê Impulsor Nacional: Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB); Fórum Nacional de Mulheres Negras; Rede de Mulheres Negras do Nordeste; e Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira;

Critérios para compor o Comitê Nacional: As Organizações Nacionais ou Regionais de Mulheres Negras (ou Negras Mistas) precisam indicar interesse em compor o Comitê Nacional através do e-mail comitemarchamulheresnegras@gmail.com, e devem estar de acordo com os seguintes critérios:

  1. Não ser organizações partidárias e/ou vinculadas a partidos políticos;
  2. Ter participação de mulheres negras nos cargos de direção;
  3. Ter abrangência da atuação em parte significativa do território nacional;
  4. Que a representação no Comitê seja de mulheres negras que tenham poder de decisão por suas organizações e tenham articulação em seus estados e regiões.

Destaca-se que o comitê nacional tem papel dinamizador do processo, do ponto de vista da metodologia, da captação de recursos, da mobilização e articulação em Brasília, para assumir a infraestrutura e a logística da Marcha.

  • SOBRE PROTAGONISMO E ESTABELECIMENTO DE PARCERIAS:

A Marcha é de iniciativa das mulheres negras, portanto o protagonismo é nosso! Todavia, faz-se necessário ampliar as parcerias, identificar aliades e mobilizar diferentes setores e segmentos, assim, é necessário que nos estados e municípios sejam mapeadas alianças que venham a somar e contribuir com os processos de estruturação da 2ª Marcha; Porém, é fundamental que os diálogos sejam realizados de maneira lúcida e vinculada aos princípios da autonomia para evitar  apropriações e desgastes políticos. 

A Marcha é um momento para fortalecer nossas vozes e não para nos separar, por isso, precisamos estar comprometidas com o nosso sonho de autonomia e liberdade.

  • SOBRE APOIO E PARCERIAS COM:

Legislativo: Nacionalmente, parlamentares devem ser acionades para emendas. Nos estados, cada local avalia;

–  Executivo: Diálogo com ministérios e setores estratégicos do governo federal para solicitar apoio, sobretudo a partir de editais;

Empresas privadas que tenham práticas racistas e violações de direitos humanos não podem apoiar;

Sindicatos e organizações sociais não negras: Parcerias, a partir da garantia da autonomia das mulheres negras;

  • MOBILIZAÇÃO PRÓ MARCHA DURANTE O JULHO DAS PRETAS:

Definiu-se que o Julho das Pretas será estratégico para ampliar a mobilização pró Marcha em todo país. Neste sentido, é importante que no dia 25 de julho possamos realizar ações unificadas rumo à Marcha, a fim de alcançarmos 1 milhão de mulheres negras em Brasília.

Comitê Impulsor Nacional

Marcha das Mulheres Negras Por Reparação e Bem Viver

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