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Mulheres Negras da Bahia realizam primeira reunião para a construção da 10ª edição do Julho das Pretas

O encontro aconteceu na sede do Odara – Instituto da Mulher Negra, em Salvador (BA)

Redação Odara

Em reunião presencial convocada pelo Odara – Instituto da Mulher Negra e o grupo permanente de organização do Julho das Pretas na Bahia, ativistas negras baianas se reuniram na última terça-feira (24) para começar a planejar a 10ª edição do Julho no estado.

Logo no início do encontro, cada uma das mulheres se apresentou e compartilhou com o grupo uma lembrança afetiva sobre o Julho das Pretas. Muitas falaram sobre a sensação de pertencimento sentida durante as edições anteriores, dos desafios de construir a agenda e da potência da coletividade. 

Em seguida, houve uma dinâmica onde as mulheres se dividiram em duplas para fazer uma breve análise de conjuntura política do estado da Bahia. Dentre as problemáticas trazidas, tiveram destaque: crise na educação; saúde mental de estudantes negras; violência policial; genocídio da população negra; aumento do preço dos alimentos; aumento dos índices de pobreza; feminícidio e falta de representatividade política.

Ao fim da dinâmica, Alane Reis, coordenadora do Programa de Comunicação do Instituto Odara, comentou sobre como as pautas das mulheres negras, apesar das diversidades, se convergem e se relacionam com o tema escolhido para o Julho das Pretas deste ano:

Mulheres Negras no Poder, construindo o Bem Viver relaciona-se bem com isso tudo, porque estamos pensando em como construir esse Bem Viver, preservando a vida, mas também a qualidade de vida”, concluiu.

Alane Reis e outras ativistas em dinâmica de análise de conjuntura política | Foto: Jamile Novaes.

Uma pauta também levantada durante a discussão foi a relação das mulheres negras com o processo político eleitoral. As mulheres falaram sobre como os partidos de esquerda têm utilizado as pautas da população negra para atrair votos e atingir os interesses políticos da branquitude, e reafirmaram a necessidade de compreender a dimensão do poder para as mulheres negras para além da presença em partidos políticos.

“Não existe diálogo, é tudo falácia. Os brancos e as brancas que são aliadas fazem algumas concessões e pegam algumas das nossas pautas, porque precisam para se reeleger, mas é tudo uso. Precisamos fazer o trabalho de convencimento de cada um dos nossos, com a conversa direta, para evitar reeleger quem tem investido nos projetos políticos que nos violentam”, afirmou Janda Mawusi, do Coletivo Merê.

Janda Mawusi, do Coletivo Merê | Foto: Jamile Novaes.

Na sequência, foram feitas as divisões dos Grupos de Trabalho (GTs) que vão começar a se movimentar em torno das demandas de construção da tradicional Marcha das Mulheres Negras, que acontece todo 25 de Julho. São eles: GT de Comunicação, GT de Cultura, GT de Captação de Recursos e GT de Estrutura.

Divididos os grupos, uma próxima reunião presencial foi agendada para o dia 02 de junho, às 18h, para fazer os repasses de cada GT e encaminhar as próximas demandas. Mais informações em breve.

Acompanhe o Julho das Pretas no Instagram @julho_das_pretas.

Inscrições de atividades na 10ª edição do Julho das Pretas

O formulário para inscrição de atividades na Agenda Coletiva da 10ª edição do  Julho das Pretas: Mulheres Negras no Poder, construindo o Bem Viver está disponível até o dia 15 de junho. 

QUEM PODE SE INSCREVER NA AGENDA: Organizações e coletivos de mulheres negras; organizações de movimentos negros e organizações sociais em geral que tenha o antirracismo e o combate ao sexismo como perspectiva central de sua atuação; instituições de ensino; grupos de pesquisa, associações de categorias trabalhistas; grupos de empreendedoras negras e empreendedoras negras individuais.

QUEM NÃO PODE SE INSCREVER NA AGENDA: Autarquias e instituições do Estado; partidos políticos; empresas privadas que não sejam de propriedade de mulheres negras.

Para inscrever uma atividade na agenda da 10ª edição do Julho das Pretas, clique no link abaixo: 

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