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Odara e CEDENPA realizam lançamento do livro “Narrativas Transatlânticas de Mulheres Negras”, em Belém (PA)

Memória e narrativas de mulheres foram temas centrais de debate do evento fruto da parceria entre o Odara – Instituto da Mulher Negra e o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA)

Texto: Redação Odara

Aconteceu na última quinta-feira (22) o lançamento do livro “Narrativas Transatlânticas de Mulheres Negras”, na sede do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA), em Belém (PA). O evento reuniu estudantes e ativistas dos movimentos sociais, sobretudo negros, de mulheres negras e de juventude negra, e contou com a distribuição gratuita do livro que é fruto da Escola de Ativismo e Formação Política para Mulheres Negras – Beatriz Nascimento, projeto do Odara que já formou mais de 400 mulheres negras de todo Brasil, sobretudo do Nordeste e da Amazônia

O debate girou em torno da importância da memória e narrativa de mulheres negras para os movimentos negros e de mulheres negras e continuidade destas lutas.

A mesa de debate foi composta por Nilma Bentes – cofundadora do CEDENPA, Co-criadora da Rede Fulanas NAB – Negras da Amazônia Brasileira, Propositora da Marcha de Mulheres Negras contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver – 2015; Roberta Sodré, participante do Coletivo de Juventude Negra do CEDENPA; e Jessica Almeida, Ativista do Odara – Instituto da Mulher Negra, que atua na Escola.

Para Jessica Almeida,  o registro e construção da nossa  memória é uma forma de resistência: “Entendo que o  apagamento que a população negra sofre, tem muitas dimensões. E uma delas é circular no imaginário das pessoas que nós não temos/produzimos conhecimento. Então, debater e registrar nossas potencialidades em uma publicação com a nossa cara e jeito, é uma forma de dizer que nós existimos e produzimos conhecimento sim!” ; pontua ela.

Já Roberta Sodré acredita que: “A mesa e o lançamento do livro evidenciaram o quanto nós mulheres negras somos potentes e temos muito a dizer sobre nós, nossas vivências e  movências. Como diz Nilma Bentes ” a história nos mostra que mulheres negras sempre estarão dispostas a lutar”, e o que pudemos ver foram várias mulheres de diferentes idades, que lutam para protagonizar suas vidas, compartilhando suas narrativas”, afirma.

Confira os registros do lançamento no Instagram @odarainstituto. Fotos de Marcos Barbosa.

Sobre a obra Narrativas Transatlânticas de Mulheres Negras

A publicação é  fruto da Escola Beatriz Nascimento, e é mais um exemplo da resistência histórica da população negra, visando reparar o epistemicídio que mulheres negras sofrem dentro do Estado, das academias, meios de comunicação e outras instituições coloniais.

A obra engloba uma série de artigos de mulheres negras acadêmicas e ativistas que escrevem seus pensamentos a partir de nossas próprias experiências, e com isso constroem conceitos, política e memórias.

A Escola Beatriz Nascimento

Criada em de 2020 pelo Instituto Odara, a Escola tem o objetivo de fortalecer o movimento de mulheres negras, a partir da formação política, pessoal e coletiva, de mulheres negras das regiões Nordeste e Amazônia, a partir da promoção de espaços de formação, trocas de experiências e articulação de ações, com o intuito de qualificar a incidência política das mulheres negras no Brasil.

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