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Onde está Tainara Santos? Jovem quilombola desapareceu na última quarta-feira (9) após sair do Quilombo Acutinga Motecho, em Cachoeira (BA)

Por Redação Odara

Na última quarta-feira (9), Tainara dos Santos, de 27 anos, desapareceu após sair da comunidade quilombola Acutinga Motecho, em Cachoeira (BA). Conforme relatos de familiares e conhecidos, Tainara saiu da comunidade por volta das 7h da manhã, e depois foi vista em uma lan house, acompanhada de dois a três homens. Segundo informações da família, no mesmo dia, o irmão da jovem também a viu sentada em uma praça em companhia do ex-companheiro, George Anderson Santos, conhecido como Dandan,  com quem manteve um relacionamento por cerca de seis anos.

Em entrevista ao Instituto Odara, Itamara Santos, irmã de Tainara, contou que o relacionamento entre os dois foi marcado por muitas brigas e agressões físicas, mas que há quatro meses ela teria tentado dar um fim no relacionamento. “Um relacionamento que nunca deu certo. Há quatro meses que eles se separaram e aí que realmente começou a turbulência. A gente não sabia que ele ainda tinha esse contato com ela. Segundo relatos, havia pessoas na comunidade que passavam informações sobre ela para ele”, conta. 

Parentes e amigos iniciaram as buscas por Tainara na quinta-feira (10), mas somente na sexta-feira (11) que o caso passou a ser acompanhado pela Polícia Militar de Cachoeira, que no primeiro momento reuniu os relatos do trajeto de Tainara no dia do desaparecimento e agora tem feito a escuta das testemunhas, inclusive de George. Quando questionado pela família sobre o paradeiro de Tainara, George afirmou que esteve com ela, mas a deixou em um posto de gasolina próximo a Santo Amaro, em um local conhecido como [km] “25”.

Tainara é mãe de duas meninas, uma de 11 anos e uma de 2 anos e três meses, sendo que a mais nova também é filha de George. Cerca de três semanas atrás, Tainara havia procurado o Conselho Tutelar para entregar a caçula para o genitor. Ação que é questionada pela família, já que ela estava amamentando a criança, além de ser muito apegada às duas filhas. 

Para Itamara, sua irmã só cedeu a guarda da criança diante de algum tipo de ameaça de George. “Ele tomou a filha. Ela foi para emergência com as mamas cheias e com febre. O psicológico dela deveria estar abalado, mas ela estava em si, ela não estava ‘doida’ (sic) para sair assim sem falar com ninguém. Tainara não é disso. Ela daria notícias, mas até hoje ela não nos respondeu”, desabafou Itamara.

RELATOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 

Em agosto deste ano, Tainara havia registrado uma queixa de violência doméstica contra George, solicitando uma medida protetiva. Contudo, em 22 de setembro, ela pediu ao Ministério Público para encerrar o caso judicialmente.  Ação que para Maria das Graças, advogada que inicialmente acompanhou, é resultado das pressões de George. “Eu já tinha visto ela machucada algumas vezes. Nós conversávamos sobre a situação e ela demonstrava muito medo. Possivelmente ela estava sendo coagida por ele, por conta da guarda da filha. Na terça-feira (8) ela esteve em meu escritório desesperada, mas eu infelizmente não estava lá para atendê-la”, afirma a advogada. 

No dia do seu desaparecimento, Tainara também foi vista no cartório de Cachoeira (BA) acompanhada por homens, que segundo conhecidos, trabalhavam para George. Relatos afirmam que ela estava buscando a partilha dos bens. “Algumas pessoas estão relatando que ele teria levado ela para o cartório para passar a casa que eles moravam para o nome dele, fazendo a partilha dos bens. Mas todo mundo que encontrou Tainara na rua neste dia falou sobre os homens que estavam fazendo a escolta dela e da tristeza dela ao falar com as pessoas”, relatou Maria das Graças.

Para a família de Tainara, a sensação de impotência cresce a cada dia. Tainara é uma mãe dedicada, e sua súbita ausência, sem comunicação, é motivo de profunda preocupação. “Estamos em dias de angústia. Não sabemos o que fazer mais. Procurando, sem nenhuma pista de Tainara”, afirma Itamara.

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