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#OpiniãoOdara: Não aceitaremos transfobia no processo eleitoral  para Ouvidor(a) da Defensoria Pública da Bahia 

Primeira mulher trans a concorrer ao cargo de Ouvidora Geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA), a Ialorixá Thiffany Odara está vivenciando um processo de transfobia ao ser invisibilizada enquanto candidata Mulher Negra Ialorixá, em matéria produzida pelo Jornal A Tarde, publicada no último sábado (25), assinada por sua redação e por Miriam Hermes. O A Tarde falha em sua atuação enquanto mídia comprometida com a veracidade e a informação ao não apurar o contexto da eleição tão importante para sociedade civil baiana, não mencionar todes os candidates na disputa, e em um ato de transfobia, invisibilizar a potente candidatura de Thiffany, ao reproduzir fala da candidata Ia Márcia de Ogum, que se anunciou como primeira mulher negra Ialorixá a se candidatar.

Com isso, exigimos que o Jornal a Tarde faça uma retratação, não só por Thiffany, mas por todas as mulheres negras, trans, yalorixás, ATIVISTAS DO MOVIMENTO DE MULHERES NEGRAS EM GERAL, QUE LUTAMOS TODOS OS DIAS QUE O RACISMO, O SEXISMO, A TRANSFOBIA, LESBIFOBIA OU QUALQUER OUTRA EXPRESSÃO DO CISTEMA BRANCO NÃO NOS ANULE.

Exigimos retratação do Jornal A Tarde por toda ancestralidade negra e de mulheres negras, pelas forças do Orixás, Nkisses e Voduns que nos fez ser possível enquanto povo, que nos fez quebrar as barreiras do racismo e sexismo para existirmos e hoje termos uma campanha tão importante com a presença de diversos candidates negres disputando um espaço fundamental para a sociedade civil e o sistema de justiça, como é a Ouvidoria Cidadã da Defensoria Pública do Estado da Bahia.

Entre as candidaturas negras mencionadas, duas delas são Iyalorixás: a Iya Márcia de Ogum e a Iya Thiffany Odara. E qualquer narrativa que negue a presença das duas Iyalorixás nessa disputa É UMA NARRATIVA TRANSFÓBICA.

NÃO ACEITAREMOS TRANSFOBIA, ou o apagamento das múltiplas trajetórias de luta da nossa candidata, que tem amplo apoio dos movimentos sociais da Bahia,  incluindo ativistas e organizações do movimento negro, comunidades de terreiro, mulheres e LGBTQIAP+. 

Em tempo, afirmamos o quão vergonhoso é que qualquer narrativa sobre religiões de matriz africana, nosso axé e sagrado, sejam usadas para reforçar transfobia, visto que nossa religiosidade sofreu durante tanto tempo, e ainda sofre, com ataques racistas e intolerantes que tentam nos aniquilar enquanto povo de axé. Historicamente, as comunidades de axé acolheram toda diversidade humana, marginalizada, violada, em prol da nossa resistência enquanto povo e o culto à nossa ancestralidade.

Seguimos alinhando diversas frentes de luta.

Por Justiça Social e Cidadania, Thiffany Odara para Ouvidoria!

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