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Nota de Repúdio – Candidatas da Mandata Coletiva Pretas por Salvador são vítimas de violência política no dia do lançamento da candidatura 

Nós, do Odara – Instituto da Mulher Negra, viemos a público expressar nossa solidariedade às co-vereadoras e candidatas da Mandata Coletiva Pretas por Salvador (Psol), Cleide Coutinho e Laina Crisóstomo, que foram vítimas de Violência Política de Raça e Gênero durante o lançamento de sua campanha, na última sexta-feira, 16 de agosto. O evento, que deveria ser um momento de celebração e encontro entre apoiadoras e parceiros, foi interrompido por um ato de intimidação por parte de Sandro Filho, do Movimento Brasil Livre (MBL).

Sandro Filho, conhecido por perseguir e intimidar mulheres parlamentares em Salvador, tentou invadir, juntamente a outros homens, o espaço do evento, provocando um clima de medo e insegurança. O mesmo já havia protagonizado episódios de violência e ameaças contra as candidatas, incluindo a tentativa de invasão do gabinete das então vereadoras em 2023, quando, aos gritos, tentou amedrontá-las com seu discurso fundamentalista e agressivo, além de dar diversos murros na porta do gabinete da mandata.

Esse tipo de violência política tem sido uma prática frequente de Sandro Filho, que além de utilizar fake news e incitação ao ódio como ferramentas de ataque, responde a processos por calúnia, difamação e uso indevido de imagem.

Em um vídeo publicado nas redes sociais de Sandro, os insultos violentos contra Laina e Cleide continuam. Além de mirar nas candidatas, ele também chama o eleitorado da Mandata de “público que não raciocina, que vota em políticos como você [Laina] que não sabem nem o que é para fazer num mandato como vereadora”.

A violência cometida por Sandro, porém, não abalou a realização do lançamento de campanha. A presença de mulheres negras de diversos coletivos, organizações, instituições e bairros de Salvador fez com que o evento ganhasse ainda mais força, representando a união e resistência das mulheres que acreditam na construção coletiva de um novo projeto de sociedade. Essa ocupação do espaço foi um verdadeiro ato de resistência e alegria, demonstrando que a luta das mulheres negras é capaz de transformar a política da cidade.

O ato de violência cometido durante o lançamento da campanha da Mandata Coletiva Pretas por Salvador é mais uma tentativa de silenciar e desestabilizar mulheres negras que ousam ocupar espaços de poder.  A Mandata das Pretas está concluindo seu 4º ano de atuação, com uma prática política que nos orgulha, alinhadas às demandas e necessidades das comunidades negras de Salvador, dos movimentos sociais comunitários, de mulheres negras, legislando pela defesa de direitos da maioria populacional negra da cidade.

A violência política de gênero está caracterizada na Lei nº 14.192/2021 como todo e qualquer ato com o objetivo de excluir a mulher do espaço político, impedir ou restringir seu acesso ou induzi-la a tomar decisões contrárias à sua vontade. Bem como ações que envolvem menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia. As mulheres podem sofrer violência quando concorrem, já eleitas e durante o mandato. Essa violência é considerada uma das causas da sub-representação das mulheres nos espaços de poder e decisão e prejudica a democracia no país.

Repudiamos veementemente o ato de violência política cometido por Sandro Filho, e reafirmamos a necessidade de proteger as candidatas de ações que buscam desestabilizar sua luta por justiça e participação social. Nenhuma tentativa de intimidação nos fará recuar.

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