Audiência Pública pela Vida do Povo Negro leva discussão sobre homicídios e impunidade para o Centro de Salvador (BA)

A audiência aconteceu na Praça da Piedade no último dia 26 de agosto, data instituída como o Dia Estadual de Combate aos Homicídios e à Impunidade

Redação Odara

No Dia Estadual de Combate aos Homicídios e à Impunidade (26 de agosto), o Odara – Instituto da Mulher Negra, através do Projeto Minha Mãe Não Dorme Enquanto Eu Não Chegar, em parceria com a Mandata Coletiva Pretas Por Salvador, ocupou a Praça da Piedade, no Centro de Salvador (BA), com a Audiência Pública pela Vida do Povo Negro.

Com o objetivo de pautar o crescente número de homicídios protagonizados pelo Estado na Bahia, a atividade reuniu ativistas, advogadas, parlamentares da Câmara Municipal e familiares de vítimas do Estado, que apresentaram uma série de denúncias de violações dos direitos humanos cometidas em suas comunidades, trazendo relatos de violências cotidianas e assassinatos de crianças, adolescentes e jovens negros, cometidos pela Polícia Militar. 

“Nós pagamos impostos para que nossos filhos sejam mortos pela polícia. Eles usam a farda para tirar a vida das pessoas. Micael não foi o único e eles seguem dizendo que foi bala perdida. Até quando vai ser bala perdida?”, questionou Joselita Silva, integrante do Grupo Mulheres em Luta e mãe do menino Micael Silva Menezes, que tinha apenas 11 anos quando foi morto durante operação da PM no Vale das Pedrinhas, em 2020.

Laina Crisóstomo, co-vereadora da Mandata Coletiva Pretas por Salvador, ressaltou que para discutir a impunidade é necessário levantar um debate sobre as políticas de controle adotadas pelo Estado e a quais corpos elas são direcionadas. “O que é chamado de guerra às drogas é, na verdade, uma guerra às pessoas pretas que estão nas periferias e o superencarceramento é uma política de controle dos corpos que desde o sequestro em África, permanece viva”, explicou Laina.

Hildete Emanuele, coordenadora do Projeto Minha Mãe Não Dorme, trouxe para o debate a noção de responsabilização coletiva da sociedade no combate ao extermínio da juventude negra: “O que a gente precisa entender é que quando um jovem negro tomba, é um pedaço de nós que se vai. É um pedaço da nossa comunidade negra e da nossa sociedade”.

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