Ayomides participam de intercâmbio de experiências com grupo de mulheres negras estadunidenses

Como vivem as meninas, jovens e mulheres negras no Brasil e nos Estados Unidos? Como são suas comunidades? Essas e outras questões fizeram parte do encontro das meninas e adolescentes do Projeto Ayomide Odara, do Odara – Instituto da Mulher Negra, com as participantes do Programa Global Academics – Black Girls and Women Race, Gender, Power, and Global Education, que aconteceu no último sábado (22), no Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos – CEPAIA, em Salvador.

A atividade, que teve como proposta fazer um momento de intercâmbio sociocultural entre os grupos, iniciou com a apresentação do Projeto Ayomide Odara e do Julho das Pretas. A Ayo, Luanda Kaiala, de 12 anos, na ocasião falou um pouco sobre as suas experiências. “Estamos construindo o Bem Viver das meninas negras. Cada encontro aprendemos coisas que fortalecem nossas trajetórias. Nós nos encontramos pessoalmente, mas também fazemos aulas on-line para incluir as meninas quilombolas e de outros lugares” contou. 

Manuela Itajaci, de 14 anos, também compartilhou como se sente acolhida e impulsionada a construir novos horizontes com as formações que tem recebido no projeto. “Nós jovens negras somos criadas para a liberdade! A liberdade é não ter medo, por isso vamos lutar pelo nosso lugar de fala e poder! Somos o futuro.”

Para a consultora educacional, Pcyeta Stroud, a troca com as Ayos possibilitou pensar em futuros possíveis para meninas negras do Brasil e do mundo. “A formação dessas meninas, com certeza, vai mudar o mundo. É um trabalho muito necessário! Queria que minha filha estivesse aqui com elas. Queria que mais meninas tivessem acesso a esse tipo de formação. Esse momento é muito importante para elas e para mim!” 

A estudante Destiny Shabazz disse que a experiência pode lhe mostrar o quanto as mulheres e meninas negras têm pautas comuns aqui e nos Estados Unidos. “Vocês se parecem muito com minhas irmãs e minhas primas e a única diferença é o idioma, estratégia usada pelos brancos para que a gente não conseguisse se comunicar, mas a gente já está mudando isso. Eu realmente sinto que vocês são minhas irmãs mais novas”, declarou. 

Desde 2021, o Ayomide Odara tem atuado na formação de meninas e adolescentes a partir de atividades que reflitam sobre raça, identidade, gênero, movimento de mulheres negras e outros assuntos  de importância para a formação das meninas negras. Para Laila Vitória, jovem do projeto, o espaço respeitoso e seguro é um dos diferenciais dos encontros com as Ayomides. “Estamos em um ambiente onde nós nos sentimos seguras. Onde nós queremos andar de mãos dadas, unidas. Nos sentimos bem em caminhar juntas na luta. Podemos falar o que sentimos e nos fortalecer para encarar essa sociedade que é tão insegura e preconceituosa.”

O encontro terminou com muita alegria, trocas de coreografias dos hits americanos e brasileiros e também com a confecção de cartazes para a Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver que acontece nesta terça-feira, 25 de julho, em Salvador. 

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