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Instituto Odara convoca a sociedade civil para audiência de instrução do caso Mirella Barreto, em Salvador (BA)

A menina tinha apenas 6 anos quando foi baleada e morta pela Polícia Militar na sacada da própria casa; O caso aconteceu em 2017

Redação Odara

No próximo dia 30 de maio, acontece a audiência de instrução do caso da menina Mirella do Carmo Barreto, morta durante uma incursão policial realizada em 2017 no bairro de São Caetano, em Salvador (BA). A audiência será aberta e realizada no 2º Juízo da 2ª Vara do Tribunal Júri, Fórum Criminal, em Sussuarana, às 8h30.

Embora Mirella tenha sido vitimada durante uma ação da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), apenas o autor do disparo, o policial Aldo Santana do Nascimento, foi indiciado e está respondendo criminalmente pela morte da menina.

Gabriela Ramos, coordenadora do projeto Minha Mãe Não Dorme Enquanto Eu Não Chegar, que presta assessoria para mães de crianças e jovens vítimas da violência do Estado em comunidades periféricas de Salvador, aponta a importância da sociedade civil se fazer presente na audiência e pressionar o Poder Judiciário para a responsabilização do Estado.

“Não estamos falando apenas do julgamento dos responsáveis diretos pela morte de Mirella. Estamos falando de um processo que lida com um fenômeno muito perverso que é a letalidade policial ceifando a vida de crianças, adolescentes e jovens negras e negros”, afirma Gabriela. “Precisamos mostrar que estamos de olho e não permitiremos que seja mais um processo engavetado”, conclui.

A audiência de instrução tem a finalidade de juntar provas e depoimentos do acusado e testemunhas do caso para dar continuidade ao processo.

Relembre o caso

Na noite de 17 de março de 2021, a recepcionista Edineide do Carmo estava estendendo roupas na sacada de casa acompanhada de sua filha Mirella do Carmo Barreto, de apenas 6 anos. Ao perceber a presença de policiais armados na rua, Edineide chamou a filha para entrar em casa e se proteger, mas antes que pudesse esboçar qualquer reação, Mirella foi atingida por um tiro e morreu na hora.

Segundo a versão oficial do caso apresentada pela PM, na noite do crime os policiais estavam seguindo um sinal de GPS para recuperar um aparelho celular roubado na localidade da Goméia, no bairro de São Caetano, onde a garota vivia. A PM alegou ainda que o disparo foi acidental e aconteceu durante uma troca de tiros com bandidos, mas a população nega essa versão e afirma que os policiais já chegaram na rua atirando aleatoriamente.

Mesmo com o exame de balística revelando que o disparo que matou Mirella saiu da arma do soldado Aldo Santana do Nascimento, o policial chegou a ser afastado da Polícia Militar por algum tempo, mas logo voltou ao trabalho. 

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