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Instituto Odara realiza jornada de articulação política pelo fim da violência contra as mulheres em territórios quilombolas do Baixo Sul e Litoral Sul da Bahia

A Jornada Elitânia de Souza – Quilombolas Vivas alcançou 11 comunidades em uma semana

Redação Odara

Entre os dias 12 e 21 de maio, a Coordenadora de Combate às Violências contra as Mulheres Negras do Instituto Odara, Joyce Lopes, percorreu 4 cidades e alcançou 11 comunidades quilombolas do Baixo Sul e Litoral Sul da Bahia com a Jornada Elitânia de Souza – Quilombolas Vivas.

A ação é uma proposta de incidência política do Instituto Odara no enfrentamento à violência contra as mulheres, junto a mulheres quilombolas do estado da Bahia. O objetivo é promover a criação de redes locais de cuidado e colaboração entre mulheres negras que vivem em regiões rurais com difícil acesso e mobilidade.

“A Jornada é uma agenda com realização de visitas e encontros comunitários em quilombos na Bahia, buscando estreitar nossa articulação em rede, fortalecer a autoestima, o cuidado e autocuidado, e pensarmos juntas estratégias para combater as diversas formas de violência sofridas de forma contínua”, explica Joyce.

Nesta primeira fase, a Jornada alcançou os municípios de Camamu, Ituberá, Maraú e Nilo Peçanha e promoveu rodas de debate com mulheres das comunidades rurais e quilombolas de Saquaíra, Ilha do Tanque, Tremembé, Tapuia, Ingazeira, Brejo Grande, Rio dos Cágados, São João Santa Bárbara, Lagoa Santa e Jatimane.

Cassandra Santos Silva, da Comunidade Quilombola Ilha do Tanque, em Maraú, conta que o encontro proporcionou “uma tarde muito agradável e produtiva, com troca de experiências e fortalecimento das mulheres da nossa comunidade”. Ela afirmou ainda que espera ansiosa pela próxima oportunidade de discutir o tema do enfrentamento à violência.

Norma Conceição de Oliveira, também da Ilha do Tanque, afirmou ter gostado muito das dinâmicas conversas e explicações. “Aprendi mais sobre os direitos das mulheres e espero que esses encontros aconteçam mais vezes”, disse.

Para Elenice Silva Sacramento, da Comunidade Quilombola de Saquaíra, em Maraú, as informações trocadas sobre as ferramentas e leis de combate à violência serão muito úteis para as mulheres do seu território. “A atividade foi maravilhosa. Tivemos informações sobre a Lei Maria da Penha, que muitas já conheciam, mas não sabiam como funciona. É importante porque muitas mulheres vivem casos de violência, mas não sabem a quem recorrer”, explica. Ela afirma ainda que se tornará uma multiplicadora das informações que aprendeu, compartilhando com vizinhas e conhecidas.

Adelaide Silva dos Santos, da Comunidade de Tapuia, também destacou a importância do fortalecimento das redes de mulheres negras, tanto da zona rural, quanto urbana. “Precisamos continuar lutando para que a Mulher Preta saia da obrigação de subserviência para se colocar no topo da pirâmide como rainha, guerreira, política; como símbolo de alegria e não conhecida por ter sofrido violência. E para isso, as redes  precisam se estreitar”, afirma. Para ela, o diálogo promovido através da Jornada “muda cada mulher que fala e a que escuta também”.

A Jornada Elitânia de Souza – Quilombolas Vivas surgiu como um desdobramento da Semana Elitânia de Souza – Pela Vida das Mulheres Negras, realizada há três anos, durante o mês de novembro, pelo Instituto Odara em parceria com organizações da Bahia que têm somado na construção de uma agenda de atividades relacionadas ao enfrentamento da violência contra as mulheres. A perspectiva é que se  torne uma agenda contínua e se expanda para outras comunidades rurais e quilombolas do estado.

Confira os registros da viagem no Instagram @odarainstituto.

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