Mãe e tio do jovem Carlos Alberto Júnior, assassinado pela Polícia Militar da Bahia em 2013, são ouvidos em audiência de instrução
Outras duas testemunhas que vivem no Rio de Janeiro prestarão depoimento por meio de carta precatória no próximo dia 26 de junho
Redação Odara
Durante a manhã da última quarta-feira (14) aconteceu a segunda audiência de instrução pela morte do jovem Carlos Alberto Júnior. A audiência foi realizada no 1º Juízo da 1ª Vara do Júri, no Fórum Criminal de Sussuarana, em Salvador (BA). Foram ouvidas duas testemunhas de acusação do processo: a mãe, dona Rita de Cássia Souza, e um tio do jovem.
Júnior, como o rapaz era carinhosamente chamado por amigos e familiares, era um jovem negro de 22 anos, morto por agentes da Polícia Militar da Bahia (PM – BA) no Complexo do Nordeste de Amaralina, em Salvador, no ano de 2013.
Lorena Pacheco, assistente de acusação do Ministério Público no processo, faz um balanço positivo sobre a audiência: “Escutamos a mãe e o tio de Júnior. Isso é muito importante para humanizar essa vítima, apresentando quem ele era e o que fazia, enfraquecendo a tese sustentada pelos acusados de que a vítima trocava tiros com a polícia”, afirmou a advogada, que atua como Assessora Jurídica do projeto Minha Mãe Não Dorme Enquanto Eu Não Chegar, do Odara – Instituto da Mulher Negra.
A fase de instrução segue em curso e já conta com mais uma audiência agendada para o dia 26 de junho. Na ocasião serão ouvidas mais duas testemunhas de acusação que atualmente residem no estado do Rio de Janeiro. Por se tratarem de testemunhas oculares, de extrema importância para a produção de provas, a escuta será realizada pelo juízo fluminense por meio de carta precatória – comunicação realizada entre tribunais localizados em estados distintos para o cumprimento de um ato processual. Os depoimentos serão enviados para constar no processo em curso no 1º Juízo da 1ª Vara do Júri em Salvador.
Após a finalização dos depoimentos das testemunhas de acusação, mais uma audiência de instrução será marcada para ouvir as testemunhas de defesa. Em seguida, encerra-se a fase de instrução para que a acusação e defesa elaborem suas alegações finais para dar seguimento ao processo. A partir daí, caberá à Juíza, Dra. Gelzi Maria Almeida Souza Matos, a decisão de levar ou não os policiais Jefferson França, Diego Luiz Silva e Iapuran Cerqueira Junior a júri popular.
O caso de Carlos Alberto Júnior é acompanhado pelo Instituto Odara, através do projeto Minha Mãe Não Dorme, desde 2015, a partir do apoio, acolhimento e assistência à dona Rita de Cássia Souza, mãe da vítima.
Comentários