MANIFESTO AYOMIDE ODARA

 EU TENHO DIREITO A EDUCAÇÃO

Para falar de educação gostaríamos primeiramente de parabenizar Juliana Araujo, jovem negra de 18 anos, candomblecista e moradora do Subúrbio (Salvador, BA) e a primeira de sua família a ingressar na Universidade, a educação é transformadora e o início da realização de sonhos, desejamos que sua história alcance muitas outras, que sirva de incentivo e inspiração, o mundo é nosso!

Tendo consciência das revoluções possíveis dentro da escola, reivindicamos nossos direitos à educação, pois somente essa muda nossa realidade. Quando o ensino não é estruturado para nos recepcionar e entender nossas subjetividades, a escola que era um mundo de possibilidades vai aos poucos se transformando em um lugar indesejado, onde não queremos estar em nenhum sentido, havendo uma estrutura social pautada para o bem-estar de corpos diferentes dos nossos, entendemos como ato de violência a falta de incentivo que existe para sustentar nossa permanência na escola.

Na realidade das aulas onlines não podemos excluir o processo de adaptação que é contínua e diária, temos ambientes familiares que podem ser complicados, além dos próprios mecanismos de acesso a internet, é nosso direito estudar, e dever da escola se moldar para nos ajudar no enfrentamento a nossas adversidades, desde questões estruturais até emocionais, essas ações dialogam falam sobre respeito e dignidade. O conhecimento não pode ser limitador, deve ser um mecanismo de crescimento, de expansão, de valorização de saberes, a dinâmica de ensino fria e ríspida onde o professor somente despeja informações não se adeque mais a realidade do mundo atual, precisamos revisitar nossas demandas, entender os reais desafios e caminhos da educação, para que ela seja acolhedora em todos os aspectos.

Nosso emocional é válido, estamos vivendo um momento de incertezas, a adolescência é uma incerteza, o enem, o vestibular, a carreira profissional, tudo é incerto, tudo pode nos enfraquecer, sermos pressionadas para ter os melhores resultados em meio a uma pandemia é no mínimo desumano, algumas coisas devem ser levadas mais levemente, estamos nos esforçando, estamos tentando agrupar essas centenas de informações que são descartadas em nós e transformar isso em algo que nos encaminhe até nossos sonhos. Sonhar é um direito, é bom para incentivar, esses sonhos no entanto não podem ficar somente no imaginário, devem ser fomentados até que cheguem ao mundo real, acessar nossas possibilidades e concretizar nossos sonhos é um direito, e um dever do sistema educacional garantir que estejamos motivadas a continuar aprendendo.

Em suma, precisamos que todos os gestores educacionais atendam nossos pedidos, pois é nosso direito como cidadãs que, visto em lei, deveríamos ter educação de  qualidade. Sabemos que é difícil, para a rede pública principalmente, nos dar essa assistência, porém é necessário.

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