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MULHERES NEGRAS E BRANCAS E AS DESIGUALDADES EM SAÚDE, RACISMO COMO DETERMINANTE SOCIAL*

As desigualdades no Brasil fazem parte da formação histórica, das dinâmicas da sociedade e de suas estruturas. Há uma espécie de lógica estabelecida na sociedade que produz e mantém, ao longo da historia, hierarquias, possibilidades e lugares sociais. Tais desigualdades se manifestam frequentemente em estereótipos e nas intolerâncias polarizadas em torno da raça/cor, assim como […]

As desigualdades no Brasil fazem parte da formação histórica, das dinâmicas da sociedade e de suas estruturas. Há uma espécie de lógica estabelecida na sociedade que produz e mantém, ao longo da historia, hierarquias, possibilidades e lugares sociais.
Tais desigualdades se manifestam frequentemente em estereótipos e nas intolerâncias polarizadas em torno da raça/cor, assim como nas relações de gênero e outras diversidades sociais, pois as relações raciais estão enraizadas na vida social do indivíduo, grupos e classes sociais, afetando-o. mulheres-negras
E as barreiras geradas pelas desigualdades raciais e pelo racismo são determinantes para o processo de saúde e doença das mulheres, especificamente as mulheres negras. Estas barreiras geradas pelo racismo institucionalizado impedem a utilização e o acesso das mulheres negras aos serviços de saúde, quando comparadas com as brancas, uma vez que as iniquidades raciais na saúde privam e violam o direito ao acesso e às condições dignas de saúde.
O estudo tem como objetivo determinar os diferenciais das características sociodemográficas e de saúde em relação ao acesso dos serviços preventivos de mulheres na Bahia, segundo raça/cor. Trata-se de um estudo quantitativo, onde as variáveis categóricas foram descritas por meio de distribuições de frequências (uni e bi variadas). Para verificar as diferenças entre as proporções foram utilizados os testes estatísticos Qui-quadrado de Pearson ou o Exato de Fischer (quando necessário).
Sobre os resultados obtidos pode ser observado que o acesso em relação à raça/cor foi observado que para o acesso considerado bom as mulheres brancas representam 15,4%, enquanto que as mulheres negras 7,9% do total e, para o acesso regular, o indicador é representado por mais de 10% das mulheres (11,8% brancas; 13,6% negras).  E a relação entre o acesso, a raça/cor e os níveis de instrução revela redução do acesso entre as mulheres com menores níveis de instrução, pois as mulheres sem instrução 90,6% das mulheres negras e 92,8% das mulheres brancas não acessam o serviço.
O estudo evidenciou que, em alguma medida, o racismo e as desigualdades raciais surgem como barreiras no acesso aos serviços preventivos para a saúde das mulheres negras. E que as desigualdades raciais são determinantes sociais na saúde, que impactam nas condições de vida e no processo de adoecimento.
*Trabalho apresentado no 10º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, Porto Alegre, 2012. Publicado nos Anais de Resumo do Congresso (http://aconteceeventos.sigevent.com.br/anaissaudecoletiva/imprimir.php?id_tc=4100)

 Autoras – Emanuelle F. Goes e Enilda R. do Nascimento

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