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No Chile, “Cafe Feminista desde el Sur” promove diálogo sobre monitoramento e transparência no Fórum Geração Igualdade (GEF)

A atividade reuniu cerca de 70 ativistas da América Latina que estavam no país para a V Reunião da Mesa Diretiva da Conferência Regional sobre População e Desenvolvimento

Redação Odara

Em Santiago, no Chile, ativistas do Instituto Odara participaram do diálogo “Cafe Feminista desde el Sur” para apresentar a Estrutura de Responsabilidade Feminista que vem sendo construída junto a outras 22 organizações feministas do sul global com o apoio da Global Fund for Women para monitorar e mover os compromissos do Fórum Geração Igualdade (GEF).

Durante a reunião, que contou com a presença de cerca de 70 ativistas feministas da América Latina, foram apresentados os dados das consultas realizadas em junho no Brasil e Guatemala, com o objetivo de identificar como as organizações feministas têm se relacionado com a agenda do GEF e quais são as reais demandas em relação aos recursos e financiamento.

No Brasil, 121 ativistas foram consultadas durante esse processo. Dentre elas, apenas 10 responderam ter participado do Fórum Geração Igualdade em alguma medida. 56 afirmaram não saber como acessar o Fórum e 13 disseram não saber sobre a existência desta agenda. De forma geral, no Brasil e Guatemala, as ativistas cobram transparência e demonstram preocupação em relação ao critério de interseccionalidade para a distribuição dos recursos.

Após a apresentação dos principais resultados e pontos em comum identificados nesses dois países, as ativistas presentes na reunião puderam compartilhar as experiências de suas organizações em relação ao GEF para ampliar a percepção sobre os principais desafios para o cumprimento desta agenda na América Latina de forma geral.

Jamile Novaes, técnica do Programa de Comunicação do Instituto Odara, que participou da coleta de dados da pesquisa, ressaltou que “a maioria das ativistas que participaram da pesquisa no Brasil eram de organizações de mulheres negras e quilombolas, que não tinha conhecimento sobre todo o processo do GEF ou sobre como acessar financiamentos nacionais e internacionais”. Já a pesquisa da Guatemala contou com grande participação de ativistas indígenas.

Naiara Leite, coordenadora executiva do Instituto Odara e líder de dados da Estrutura de Responsabilidade Feminista no Brasil, destacou que o GEF é um mecanismo importante para impulsionar a igualdade de gênero no mundo, mas que para isso, a informação precisa ser melhor difundida. “Precisamos fazer com que essa informação chegue a todas para que possam cobrar os recursos e a efetividade dos compromissos assumidos pelos países. Conversar com grupos feministas é uma forma de envolver mais organizações neste processo que precisa nos dar um conjunto de respostas”, afirma.

Valdecir Nascimento, fundadora e coordenadora de captação de recursos e articulação política do Odara, falou sobre a importância de garantir a participação das mulheres negras e de outros grupos de mulheres sistematicamente excluídas nos processos de monitoramento e direcionamento de recursos para ações de incidência política na região. “Não vamos mudar o mundo com meia dúzia de mulheres. Precisamos de todas”, enfatizou.

A atividade foi realizada em parceria com a Red de Salud de las Mujeres Latinoamericanas y del Caribe, International Youth Alliance for Family Planning e Mujeres de Asfalto, Revista Afirmativa, a Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Criola, Iniciativa Latinoamericana por los Datos Abiertos (ILDA) e Fòs Feminista, que também têm atuado nesse processo de incidência política iniciado em julho de 2022. 

A reunião representa o primeiro passo para a abertura de uma série de diálogos com organizações da América Latina.

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