ODARA INICIA DIÁLOGO SOBRE A AGENDA 2030 COM MOVIMENTO DE MULHERES NEGRAS DA BAHIA
Próxima reunião será realizada no dia 21 de dezembro, das 14h às 18h, no CEAO.
Na última quarta-feira (05), o Odara – Instituto da Mulher Negra convocou as Mulheres Negras de Salvador para roda de diálogo para discutir como garantir que as mulheres negras estejam no centro das ações para o cumprimento da Agenda de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, como uma condição para o alcance de um Planeta 50-50 em 2030. A atividade reuniu no Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO), no Dois de Julho cerca de 40 mulheres dos diferentes segmentos.
Para dialogar sobre a agenda 2030 o grupo pontuou a necessidade de fortalecer um debate junto ao movimento de mulheres negras sobre a perspectiva de incidência dentro dos contextos nacional e internacional. Neste sentido, foi suscitado a necessidade de uma conexão entre os pontos estruturantes da Década Internacional dos Afrodescendentes e as denuncias internacionais de violação de direitos humanos, feminicidio e do genocídio da população negra protocolizadas até o momento.
“Este é o momento que precisamos reforçar nossas estratégias de incidência. É importante reafirmar que não iremos transformar a perspectiva de um planeta diferente com a morte cotidiana dos jovens e das mulheres negras. Estamos desde a Marcha das Mulheres Negras, em 20115, cobrando do Estado brasileiro respostas.”, disse Valdecir Nascimento, coordenadora executiva do Instituto Odara.
Ao pensar a conjuntura e os dados alarmantes nas áreas da educação, segurança púbica, defesa e proteção as meninas e mulheres em situação de violência, trabalho com relação a população negra, desde o acesso a creche e a programas como o EJA, compreendeu – se a importância de estabelecer um diálogo de pressão com os representantes dos órgãos do poder público, principalmente, por conta da eleição de 2018.
Para as mulheres é necessário que a relação com a Organização das Nações Unidas (ONU) seja alimentada a partir de agendas estratégicas para barrar o projeto genocida e racista que atinge a vida da população negra, são elas: Foco no combate ao Feminicidio, Desmilitarização da polícia; Fortalecimento de uma nova perspectiva da política de drogas; Judicialização do Estado e indenização das famílias vitimadas pela violência racial. O grupo também discutiu sobre a importância de alargar o conceito de genocídio a partir do olhar das mulheres negras, assim como, de provocar os órgãos institucionais para reconhecer o genocídio da população negra.
Participaram da reunião: representantes do Coral Mulheres de Alagados, Coletivo Brejo, Centro de Arte e Meio Ambiente – Cama, Rede de Mulheres Negras da Bahia, Odeart, Koinania\Afirme-se, Coletivo Creuza Oliveira; Coletiva de Mulheres Negras Abayomi, Sindoméstico\BA, Sindoméstico\Nova Iguaçu, Coletivo Luiza Bairros, Grucom, Coletivo Angela Davis, Grupo de Mulheres do Alto das Pombas, UFRB, e mulheres negras ativistas independentes.
O próximo encontro será realizado no dia 21 de dezembro, das 14h às 18h, na SEDE DO ODARA, (pois o CEAO está em Greve) para refletir sobre o alargamento do conceito de genocídio. As reuniões são abertas para participação de todas as pessoas.
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