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Coluna Beatriz Nascimento #13 – 2ª Temporada: Eliane Silva

Desde maio, temos visto por aqui, a 2ª edição da Coluna Beatriz Nascimento: uma exposição de produtos e pensamentos das mulheres participantes da 4ª Turma da Escola de Ativismo e Formação Política para Mulheres Negras – Beatriz Nascimento. 

Estamos chegando ao fim desta temporada, com o penúltimo produto produzido pela Eliane Silva: uma carta para Beatriz Nascimento e todas as mulheres pretas que constroem nossa história.

A seguir, leia a carta na íntegra.

Salvador, 28 de novembro, 2022

A todas as mulheres pretas que fazem nossa história e as que continuarão seguindo por esse caminho de luta, resistência e insubmissão.

Cara Beatriz Nascimento, 

Estamos no ano de dois mil e vinte e dois e por incrível que pareça, ainda temos que nos afirmar como mulheres pretas, pois o racismo de cada dia, continua a nos matar e tentar nos silenciar. Mas, como continuamos, “cantando e seguindo a canção”, resistimos e aprendemos a construir a nossa história a partir de nós. Digo, nós, porque já me considero parte deste processo, mas faço vênia a todas as intelectuais negras que nos deixam um legado que não pode ficar à sombra.

A Escola de Ativismo e Formação Política para Mulheres Negras que leva o seu nome, tem feito um trabalho maravilhoso oportunizando a nós, mulheres negras. Um espaço de formação política, nos apresentando: Pensamentos de mulheres negras contemporâneas;  História e trajetória das organizações de mulheres negras; Insubmissão da escrita de mulheres negras; Políticas públicas na perspectiva de mulheres negras, dentre outros temas que trazem mulheres negras como protagonistas de muitas conquistas de direitos, construção e efetivação de políticas públicas; e isso não aprendemos nem na formação básica e nem na academia.

Agradeço imensamente a oportunidade de fazer parte dessa turma e aprender com mulheres negras sobre o que é ser negra numa sociedade racista, machista e misógina. Aprender que nossas escrevivências não devem ser ignoradas, mas, potencializadas, sobretudo num cenário racista; aprender que representação não é representatividade e que não devemos aceitar que falem por nós e de nossas dores.

Foram semanas de muitas reflexões, partilhas e aprendizados que com certeza seguirão com cada mulher que esteve conosco e compartilhou suas dores, lutas e sonhos. Os aprendizados continuarão a reverberar em nossos corpos e mentes, nos oportunizando inserir mais pessoas na construção de uma sociedade mais equitativa e consciente de que gênero, raça e classe devem ser considerados quando se trata de políticas públicas.

Eliane Silva dos Santos

Quem é Eliane Silva?

Mulher preta, da periferia de Salvador e graduada em Bacharelado Interdisciplinar em  Humanidades, pela Universidade Federal da Bahia – UFBA. Além disso, Eliane está como Assessora da Pastoral da Juventude, no Regional NE3.

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