Saiu a Agenda da 9° Edição do Julho das Pretas

Bem vindas e bem vindes a 9ª Edição do Julho das Pretas – Para o Brasil Genocida, Mulheres Negras apontam a Solução!

O Julho das Pretas é uma ação de incidência política e agenda conjunta e propositiva com organizações e movimento de mulheres negras do Brasil, voltada para o fortalecimento da ação política coletiva e autônoma das mulheres negras nas diversas esferas da sociedade. A ação foi criada em 2013, pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, e celebra o 25 de Julho, Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina Americana e Caribenha.

Além do Instituto Odara, a Rede de Mulheres Negras da Região Nordeste e a Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) assumem o papel central de organização desta agenda, que celebra a pluralidade da humanidade das mulheres negras brasileiras e a amplitude e diversidade dos Movimentos de Mulheres Negras atuantes no Brasil.

E por aqui, na agenda do Julho, todo ano é um novo recorde. Este ano chegamos à marca de 322 atividades espalhadas durante todo mês de julho e invadindo o mês de agosto. Porém, sabemos que o Julho é ainda muito maior, e que Brasil a fora, tantas outras mulheres negras engajadas com a luta antirracista e antipatriarcal fazem Julho das Pretas ao seu modo, de maneira autônoma e emancipada. Só assim é possível!

Nas páginas desta agenda você encontrará atividades direcionadas às pretinhas crianças e às pretas idosas, às pretas do campo e das cidades, às lésbicas, bissexuais, transgênero e travestis, às pretas empreendedoras, às mães de famílias, às artistas, jornalistas, trabalhadoras domésticas, juristas, professoras e estudantes.

O tema do Julho das Pretas é escolhido coletivamente, e este ano, este processo foi provocado pela Rede de Mulheres Negras do Nordeste, e denuncia o genocídio da população negra brasileira, em curso desde a fundação da nação, e intensificado nestes dias tão incertos. Por isso que ao longo da agenda você encontrará tantas atividades (virtuais e presenciais) denunciando a crescente do feminicídio, a mortalidade materna, a violência do Estado, a fome e a insegurança alimentar, a lesbitransfobia, e tantas outras formas que a colonialidade inventou para nos matar.

Por outro lado, temos a coragem de ecoar do Oiapoque ao Chuí, que Nós, Mulheres Negras, apontamos as soluções para incivilidade, o desgoverno e a naturalização de absurdos racistas, misóginos e patriarcais que estruturam o Brasil. Por isso você encontrará tantas atividades nesta agenda que falam sobre Bem Viver, participação política, projeto de sociedade, educação, quilombos, soberania alimentar e tantas outras tecnologias sociais que inventamos, nos apropriamos, e damos o tom mulher negra de ser.

Queremos ecoar para o Brasil que não é novo o projeto genocida em curso. Queremos dizer, que nós, pessoas negras, sofremos genocídio de diversas formas, muito antes da pandemia da covid-19. E nós, mulheres negras, sujeitas políticas organizadas em todas as esferas da sociedade brasileira, estamos refletindo e apontando soluções para o Brasil, a partir da luta antirracista, antipatriarcal, anticapitalista e pelo Bem Viver!

Vamos juntas! Somos a força, as mentes e corações que movem historicamente a vida, a economia e a resistência desta nação!

 

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