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TRAGA-ME A CABEÇA DE LIMA BARRETO! Estreia em Salvador (30/11)

Fotos de divulgação!
Fotos de divulgação!

Hilton Cobra comemora 40 anos de carreira e estreia em Salvador peça teatral que celebra a genialidade e a obra de Lima Barreto

Celebrando 40 anos de carreira, o ator e diretor Hilton Cobra traz a Salvador seu elogiado espetáculo teatral “Traga-me a cabeça de Lima Barreto”, inspirado livremente na obra do escritor brasileiro Lima Barreto (1881-1922). O texto foi escrito especialmente por Luiz Marfuz para Hilton Cobra e tem direção de Fernanda Júlia (do NATA – Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas. A estreia será em 30.11.2017, no Teatro Vila Velha, seguindo em curta temporada, de 01 a 10 de novembro, de quinta a domingo.

 

A peça mostra uma imaginária sessão de autópsia na cabeça de Lima Barreto, conduzida por médicos eugenistas, defensores da higienização racial no Brasil, na década de trinta. O propósito seria esclarecer “como um cérebro considerado inferior poderia ter produzido uma obra literária de porte se o privilégio da arte nobre e da boa escrita é das raças tidas como superiores?”. A partir desse embate, a peça mostra as várias facetas da personalidade e da genialidade de Lima Barreto, refletindo sobre loucura, racismo e eugenia, a obra não reconhecida e os enfrentamentos políticos e literários de sua época. Recentemente, o espetáculo teve apresentação, com ingressos esgotados, na Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, onde o escritor foi o homenageado.

Foto de Divulgação.
Foto de Divulgação.

“Se em vida me submeti às mais sórdidas humilhações, em morte não cederei”

“Traga-me a cabeça de Lima Barreto” marca um reencontro de Cobra com a obra do escritor – em 2008, o ator protagonizou a versão cênica de Luiz Marfuz para o clássico da literatura O Triste Fim de Policarpo Quaresma. Desta vez, a peça é inspirada livremente em romances, contos e crônicas Lima, especialmente Diário íntimo e Cemitério dos vivos, consideradas autobiográficas. Trechos dos livros e da vida breve do escritor – viveu apenas 41 anos –  se entrecruzam com uma situação imaginária e se espalham em quatro espaços dramatúrgicos: o colóquio com a plateia; as confissões íntimas; a voz do delírio e o discurso dos eugenistas. Todos se enredam nos fios nervosos da cabeça encantada de Lima Barreto.

 

A narrativa ganha força com trechos dos filmes “Homo Sapiens 1900” e “Arquitetura da Destruição” – ambos cedidos gentilmente pelo cineasta sueco Peter Cohen – que mostram fortes imagens da eugenia racial e da arte censurada pelo regime hitlerista. O cenário, de Marcio Meirelles – um manifesto de palavras – contribui para a força cênica juntamente com o figurino de Biza Vianna, a luz de Jorginho de Carvalho, a direção de movimento de Zebrinha e a música de Jarbas Bittencourt. Os atores Lázaro Ramos, Frank Menezes, Harildo Déda,  Hebe Alves,  Rui Manthur e Stephane Bourgade – todos amigos e admiradores do trabalho de Cobra, emprestam suas vozes para a leitura em off de textos de apoio à cena.

Ficha técnica dos sonhos reúne grandes profissionais da cena teatral de Salvador

“Se eu estou celebrando 40 anos, eu quero trabalhar com pessoas que me ajudaram e que contribuíram ao longo desses 40 anos” conta Hilton Cobra, que convidou Luiz Marfuz, autor e diretor teatral, um dos melhores do Brasil, “uma cabeça pensante no mundo do teatro. Ele me deu a “carreira de ator”, essa possibilidade de falar através do teatro”.

 

Para o cenário, Cobra convidou Márcio Meirelles – artista que o incentivou a criar a Cia dos Comuns, que é o grande projeto da sua vida. “Marcio e seu trabalho com o Bando de Teatro Olodum me ajudaram a colocar minhas ideias dentro do palco e na vida teatral. Trabalhar com um elenco preto, uma dramaturgia que fale das coisas da gente negra brasileira” explica Cobra. Outro grande nome na ficha técnica é Zebrinha, que muito contribui com os espetáculos da Cia dos Comuns e é um precursor dentro dessa estética da dança negra e do teatro negro. Zebrinha sabe muito e cada dia mais prima pela síntese corporal. Na música, “Traga-me a cabeça de Lima Barreto” conta com a sensibilidade de Jarbas Bittencourt, profissional extraordinário, com quem Cobra já havia trabalhado em “Bakulo – os bem lembrados” e “Silêncio” e um dos poucos criadores de “música para a cena” no Brasil.

 

A mais nova dessa “equipe dos sonhos” é Fernanda Júlia, que aceitou o desafio de dirigir um projeto com tanta gente extraordinária do teatro brasileiro. “Não existe equipe como essa, que artisticamente e tecnicamente é “artesanal”, porque trabalho com artesanato dentro do teatro – isso é muito bacana. Soma-se a essa equipe baiana o cineasta David Aynnan que chegou na reta final com a sua preciosa objetividade artística, criando e organizando os vídeos. Finalizando tivemos a presença marcante de Erick Saboya e Igor Liberato na concepção, criação e execução do cenário juntamente com Marcio Meireles. Essas pessoas não poderiam estar de fora dessa celebração e dessa felicidade e necessidade que é colocar Lima Barreto no palco, discutindo eugenia, racismo, preconceito, genocídio – “isso é extraordinário” vibra Cobrinha.

 

Foto de Divulgação.
Foto de Divulgação.

Reconhecimento do público e crítica especializada

Traga-me a cabeça de Lima Barreto cumpriu sua primeira temporada no Sesc Copacabana (RJ) no período de 14 de abril a 7 de maio, com grande sucesso de público e crítica. Recentemente, o espetáculo teve apresentação, com ingressos esgotados, na Flip – Festa Literária Internacional de Paraty.

 

Gilberto Bartholo, crítico teatral, assim descreveu o espetáculo:

“…O texto é genial, mesclando ineditismo com frases de eugenistas e do próprio LIMA BARRETO. Tudo o que é dito se encadeia muito bem e se apresenta de uma forma meio didática, porém não enfadonha; muito ao contrário, é dinâmico, valorizado pela magnífica e irrepreensível atuação de HÍLTON COBRA, um ator de grandes possibilidades técnicas, que, parecendo imantado, atrai os espectadores, desde sua entrada triunfal em cena, e mantém essa atração até o apagar do último refletor. Dono de um carisma, de um talento e de uma gigantesca presença de palco, Hilton nos brinda com uma atuação inesquecível, um convite a voltar àquele espaço, para aplaudi-lo mais e mais…”

 

O site Conversa de Historiadoras publicou a seguinte resenha sobre o espetáculo: “…Traga-me a cabeça de Lima Barreto, monólogo interpretado por Hilton Cobra, chega aos palcos, neste conturbado 2017, como um exercício de cura compartilhada com o público, no qual somos convidadas/os a ver o escritor negro como protagonista de um acerto de contas com o passado que cria novas possibilidades de futuro…”

 

“Traga-me a cabeça de Lima Barreto” foi contemplado com o 4º Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-Brasileiras e vem cumprindo sucessivas temporadas no Rio de Janeiro. O espetáculo celebra, também, os 135 anos do nascimento de Lima Barreto e os 15 anos da Cia dos Comuns.

 

Lima Barreto

Afonso Henriques de Lima Barreto foi o crítico mais agudo da época da República Velha no Brasil, rompendo com o nacionalismo ufanista e pondo a nu a roupagem da República, que manteve os privilégios de famílias aristocráticas e dos militares. Nascido na cidade do Rio de Janeiro, no dia 13 de maio de 1881, sete anos antes da abolição da escravatura, sua vida é recheada de acontecimentos polêmicos, controversos e trágicos.

 

Em sua obra, de temática social, privilegiou os pobres, os boêmios e os arruinados. Foi severamente criticado por escritores contemporâneos por seu estilo despojado e coloquial, que acabou influenciando os escritores modernistas. Lima queria que a sua literatura fosse militante. Escrever tinha finalidade de criticar o mundo circundante para despertar alternativas renovadoras dos costumes e de práticas que, na sociedade, privilegiavam pessoas e grupos.

Serviço: Traga-me a cabeça de Lima Barreto

Monólogo teatral que celebra a genialidade de Lima Barreto, refletindo sobre loucura, racismo e eugenia.

 

Local: Teatro Vila Velha, Av. Sete de Setembro, S/Nº, Passeio Público, Campo Grande, Salvador, BA.

Informações: (71) 3083 4600

Estreia: 30/ nov / 2017

Temporada: 01 a 10 dez / 2017  –  qui a dom

Horário:  qui a sab – 20h00   –   dom – 19h00

Ingressos: qui – R$ 20,00 | R$ 10,00     –     sex a dom – R$ 30,00  |  R$ 15,00

 

Ficha Técnica:

Hilton Cobra – Ator | Luiz Marfuz – Dramaturgia | Fernanda Júlia – Direção | Cenário: Vila de Taipa (Laboratório de Investigação de Espaços do Teatro Vila Velha), Erick Saboya, Igor Liberato e Márcio Meireles | Desenho de Luz: Jorginho de Carvalho e Valmyr Ferreira | Figurino: Biza Vianna Direção de Movimentos: Zebrinha | Direção Musical: Jarbas Bittencourt |Direção de vídeo: David Aynnan | Direção de Produção: Tania Rocha | Design gráfico: Bob Siqueira e Gá, Produção executiva: Clarissa Torres | Fotos: Valmyr Ferreira e Marta Viana

Participações especiais (voz em off): Lázaro Ramos, Frank Menezes, Harildo Deda, Hebe Alves, Rui Manthur e Stephane Bourgade  

 

Informações para imprensa:

Target Assessoria de Comunicação

Com: Márcia Vilella | Letícia Reitberger

(21) 2284-2475 | 98158-9692 | 98158 9715

marcia@target.inf.br | leticia@target.inf.br

 

Teatro Vila Velha

Com: Virgílio Machado

(71) 98186-9220 | 3083-4617

comunicacao@teatrovilavelha.com.br | tvvcomunicacao@gmail.com

 

 

 

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