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ATIVISTAS E MOVIMENTOS SOCIAIS REÚNEM-SE PARA PENSAR REDE DE COMBATE ÀS VIOLÊNCIAS RACIAIS E DE GÊNERO NA BAHIA

O conjunto de organizações negras, e antirracistas em geral, se reuniu na sede do Instituto Odara e pretende incidir no combate às violências contra mulheres, juventudes e populações LGBTQIA+ negras

“Estou extremamente emocionada com esse encontro, pela presença e pelo que estamos construindo aqui”. A fala e o sentimento de Belle Damasceno, ativista da Iniciativa Negra Por Uma Nova Política de Drogas (INPNPD), foi repetida e compartilhada pela maioria das 21 pessoas e organizações reunidas no último sábado (23) na sede do Odara – Instituto da Mulher Negra. O encontro presencial vem na sequência de uma série de reuniões virtuais, provocadas pelo Odara, no intuito de convocar parceiros para criação de uma rede mista focada no combate às violências raciais e de gênero na Bahia.

A reunião, mediada por Raimundo Nascimento, do Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA), teve como foco definir a identidade, missão, visão e valores desta rede, que após uma sequência de cinco reuniões virtuais, realizou sua primeira ação presencial. Entre as prioridades do grupo, foram definidos o enfrentamento às violências: do Estado; contra as mulheres, principalmente o feminicídio das mulheres negras; e contra populações LGBTQIA+.

Naiara Leite, coordenadora executiva do Instituto Odara, destacou que entre as faces do genocídio da população negra, o feminicídio e o exterminío da juventude negra estão entre as mais preocupantes: “´Somos uma rede que carrega acima de tudo a bandeira do direito à vida. Não é possível não fazermos nada de real impacto para frear o descaso com as vidas negras, principalmente de mulheres e jovens negres”.

Mônica Santos, afroempreendedora no Estúdio de Moda e Estética Afro Danda Kayá, destacou a importância de fazer da rede um espaço efetivo de denúncia e conscientização no combate à violência contra as mulheres: “Quero formas efetivas de combate do feminicídio, porque nós estamos cansadas. Não aguentamos mais”.

Carla Lima, da ONG de advogadas feministas Tamo Juntas, falou da importância de pensarmos formas de fortalecer as mulheres vítimas de violências domésticas para quebrarem com o ciclo de violências e denunciar seus agressores: “A denuncia é o início de uma batalha, que muitas mulheres não tem noção e não estão prontas, por isso é importante ela saber exatamente o peso da justiça machista e racista que elas irão enfrentar”.

Além das organizações citadas, também estiveram presentes: a Associação Papo de Mulher; o Coletivo Resistência Preta; o coletivo Juventude Negra e Participação Política; o Coletivo Merê; o Ilê Asè Òpó Alafumbi; e ativistas individuais. Entre as decisões tomadas para o formato da rede, combinamos de seguirmos como uma rede mista, independente de instituições governamentais e partidárias. O grupo definiu uma agenda de reuniões para fortalecimento da identidade e ação da rede e está aberto para participação de outras organizações e ativistas.

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