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Em audiência de instrução, PMs acusados pela morte do jovem Carlos Alberto Júnior (22), em 2013, foram ouvidos nesta segunda-feira (6)

Por Redação Odara

Na manhã desta segunda-feira (6), aconteceu a 4ª audiência de instrução do caso Carlos Alberto Júnior, jovem negro de 22 anos, morto por agentes da Polícia Militar da Bahia (PM – BA), na comunidade do Nordete de Amaralina, em Salvador, no ano de 2013. O processo está tramitando no 1º Juízo da 1ª Vara do Júri, no Fórum Criminal de Sussuarana, em Salvador (BA).   

Os acusados pelo homicídio de Carlos Alberto Júnior são os policiais Jefferson França, Diego Luiz Silva e Iapuran Cerqueira Junior. Eles foram denunciados pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) por homicídio duplamente qualificado, cometido por motivo torpe e sem possibilidade de defesa da vítima.

Durante a audiência, foram ouvidas quatro testemunhas convocadas pela defesa dos acusados. Os relatos abordaram a conduta dos agente e o contexto do trabalho por eles realizado na região do Nordeste de Amaralina.

Algumas testemunhas não compareceram, razão pela qual serão ouvidas na próxima sessão. Apesar da presença dos três acusados, estes não foram convidados a prestar depoimento neste momento. Uma nova audiência de instrução do caso foi agendada para o dia 30 de setembro deste ano.

RELEMBRE O CASO 

O crime ocorreu em 13 de junho de 2013, na localidade conhecida como Olaria, no Complexo do Nordeste de Amaralina. A PM alega que uma guarnição da 40ª Companhia Independente de Polícia Militar (40ª CIPM) foi acionada devido a um grupo de homens suspeitos de comercializar entorpecentes na região, e que a operação resultou em um confronto armado que culminou na morte de Júnior.

Embora a morte do jovem tenha sido registrada como um Auto de Resistência, com a justificativa de que os agentes foram recebidos a tiros ao chegarem à localidade, testemunhas relataram que não houve troca de tiros e que a vítima tentou se abrigar dos disparos ao pular o muro de uma casa, sendo perseguida e executada pelos policiais. Ainda segundo relatos de alguns moradores da Olaria, os policiais teriam “plantado” uma arma ao lado do corpo do rapaz.

Júnior era primo de Joel Castro, o Menino Joel, de 10 anos, morto em 2010, na mesma rua, também vítima da PM-Ba. 13 anos depois do crime que vitimou Joel, primo de Júnior, o caso está sendo julgado hoje (6) e amanhã (7), em Salvador. Ambos os casos são acompanhados pela assistência jurídica do Odara – Instituto da Mulher Negra, através do Projeto Minha Mãe Não Dorme Enquanto Eu Não Chegar.

Dona Rita, mãe de Carlos Alberto Júnior, há 11 anos luta para que o caso vá a julgamento e não caia no esquecimento.

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