Em Nova York, Instituto Odara participa de lançamento da Estrutura de Responsabilidade Feminista para o Fórum Geração Igualdade das Nações Unidas

Instituto integra o grupo de 22 organizações feministas do Sul Global que co-desenharam a Estrutura durante os últimos sete meses

Redação Odara

Foi lançado na última quinta-feira (9), em Nova York, nos Estados Unidos, a Estrutura de Responsabilidade Feminista para incidência política do Fórum Geração Igualdade das Nações Unidas (GEF). A Estrutura vem sendo co-desenhada há cerca de sete meses por 22 organizações feministas da África, Ásia-Pacífico e América Latina e Caribe, com facilitação da Global Fund for Women. 

O documento produzido pelas organizações estabelece um plano acionável para ajudar a mover a agenda do GEF, milhares de compromissos, bilhões de dólares e várias partes interessadas, bem como os próprios padrões de responsabilidade do GEF, da teoria à prática e ação.

“Necessitamos que este mecanismo impacte e mova o Fórum Geração e Igualdade para sair do campo das promessas e passe a entrar em ação para garantia dos direitos das mulheres”, disse Naiara Leite, coordenadora executiva do Odara – Instituto da Mulher Negra. Naiara afirmou ainda que ter organizações de mulheres negras brasileiras participando desse processo “ajuda a ampliar a visibilidade sobre a situação das mulheres negras no Brasil e contribuir com as estratégias de incidência a partir das experiências que já temos”.

Organizações feministas em todo o mundo destacam a falta de transparência e acessibilidade dos dados sobre as situações de violações de direitos das mulheres no mundo, além de uma divisão significativa entre os compromissos atuais e as necessidades locais de grupos e movimentos feministas. A Estrutura co-desenhada resume as descobertas do grupo de 22 organizações feministas até o momento e descreve um plano de três partes para coletar dados, receber feedbacks da comunidade e apoiar a incidência política baseada em evidências e liderada por comunidades locais e regionais.

Devido à falta de dados qualificados sobre violações de direitos e aplicação de políticas públicas para mulheres da África, Ásia-Pacífico, América Latina e Caribe, nesta primeira fase do processo, o grupo tem se concentrado na coleta, produção e sistematização de informações disponíveis sobre cada região. “Entendemos que não é possível fazer política pública sem dados qualificados sobre a situação das mulheres”, comenta Alane Reis, coordenadora do Programa de Comunicação do Odara – Instituto da Mulher Negra. 

Ainda segundo ela, no Brasil, graças, principalmente, às conquistas históricas dos movimentos negros, feministas, e de mulheres negras, têm-se avançado lentamente no campo da produção de dados oficiais e criação de políticas públicas, mas o país ainda tem muito o que avançar para efetivar a aplicação dessas políticas. “Um ponto importante que o nosso grupo de co-desenho precisa projetar daqui para frente é como conseguiremos provocar os governos, a sociedade e as mídias, no sentido de defender a propagação de informações e garantir que as legislações funcionem no que diz respeito aos direitos das mulheres e à justiça racial e de gênero”, explica Alane.

Além do Instituto Odara, outras três organizações brasileiras participaram do processo de co-desenho da Estrutura de Responsabilidade Feminista: a Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Coletivo de Mídia Negra Revista Afirmativa e a Ong Criola.

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