Encerramento da Escola Beatriz Nascimento comprova sucesso da proposta
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Projetos finais e depoimentos das cursistas revelam como a formação política muda realidades e cria novas perspectivas de futuro
Por Beatriz Sousa
A Escola Beatriz Nascimento encerrou suas atividades após 6 meses de trabalhos. Durante esse período, as alunas construíram e ampliaram seus pensamentos a respeito de assuntos que atravessam a nós, mulheres negras, em diferentes áreas da vida, através de módulos de formação que trataram desde o racismo e identidade, até justiça reprodutiva, sexualidade e tecnologias digitais, contando também com rodas de conversas com organizações do movimento de mulheres negras. Na conclusão da formação, as alunas criaram 15 projetos de intervenção política.
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Para alcançar um futuro de liberdade, dignidade e Bem Viver para mulheres negras, nós, do Odara – Instituto da Mulher Negra, entendemos a educação como um meio. Valdecir Nascimento, Coordenadora da escola e coordenadora executiva do Odara, conta da necessidade histórica de nos mantermos em constante processo de formação “A ideia da Escola vem da percepção de que precisamos pensar e refletir permanentemente qual é a luta que nós queremos travar”, comenta Nascimento. A importância da Escola dialoga com nossas capacidades de produção e ampliação da nossa visão a respeito do mundo que nos cerca.
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A coordenadora pedagógica da Escola Beatriz Nascimento, Silene Arcanja, avalia o processo de formação como “muito rico e desafiador”. Quando pensamos sobre politizar e dar voz a mulheres negras entendemos que as trocas são a parte mais valiosa do processo, por isso a dinâmica de fala e escuta foi trazida para as aulas, é necessário que o futuro seja uma construção de via dupla, pensamento que é reafirmado por Ana Cristina, professora do módulo “Pensando nas lésbicas, bissexuais e transsexuais negras” na Escola. Ana fala sobre a importância das trocas quando entendemos que “abraçar as bandeiras de luta umas das outras é, na verdade, abraçar todas nós”.
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Quando recebemos 322 inscrições, entendemos que nossa ideia seguia pelo caminho certo. Ao todo 80 alunas participaram da primeira turma, mulheres negras de várias idades, de muitas histórias, singularidades e conhecimentos, somando para uma visão amplificada de como podemos construir um futuro melhor para todas nós. Larisse Oliveira, estudante e integrante do Coletivo Afrodiaspórico de Ipiaú-Ba, 21 anos, conta que viu na escola “uma oportunidade de construir resistência, ampliar conhecimentos e contribuir para nossa luta”.
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A turma 1 deixa como aprendizado geral a vontade e o desejo de mudança. Para as alunas, reencontro e amadurecimento; para as professoras, subsídio e fortalecimento: para todas nós, fica o legado da força, do aquilombamento. A Escola Beatriz Nascimento fala sobre todas nós e para todas nós, nos lembra que precisamos nos manter sempre trabalhando, sempre produzindo e sempre juntas.
A Escola Beatriz Nascimento contou com o apoio do Instituto Ibirapitanga, a Fundação Rosa de Luxemburgo e a Wellspring Fund.
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