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Está no ar a agenda do Julho das Pretas nas Escolas

O Julho das Pretas já começou, e este ano ele se fortalece ainda mais como parte do caminho que nos leva à 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras, que acontecerá no dia 25 de novembro de 2025, em Brasília. Até lá, nossas vozes seguem ecoando nas escolas, nas comunidades, nas universidades e nas ruas, reafirmando que Reparação e Bem Viver são urgentes e inegociáveis.

Em sua 13ª edição, o Julho das Pretas traz como tema: “Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver!”, apontando para um projeto político de transformação profunda do Brasil com justiça, equidade e dignidade para todas. O tema deste é um chamado à ação. Porque marchar é trilhar caminhos, é organizar, formar, denunciar, sonhar e disputar o futuro.

Essa construção começa desde cedo. E é por isso que o Julho das Pretas nas Escolas ocupa um lugar tão estratégico na luta de enfrentamento ao racismo na educação e em todos os setores da sociedade.

Criado em 2019 pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, o Julho das Pretas nas Escolas tem como objetivo sensibilizar e mobilizar comunidades escolares, educadores e estudantes para a urgência da formação em relações étnico-raciais e para o fortalecimento do protagonismo negro na educação.

Desde sua criação, já alcançou centenas de escolas na Bahia, e desde 2024, a partir do Grupo de Trabalho (GT) de Educação para as Relações Étnico-Raciais da Rede de Mulheres Negras do Nordeste, alcançamos escolas, educadoras/es e ativistas dos nove estados da região e de diversos outros estados do Brasil.

Neste ano, o Julho das Pretas nas Escolas realiza 236 atividades em instituições de ensino da Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe com ações que promovem formação política, debates, vivências culturais e práticas pedagógicas por igualdade racial e de gênero.

2025 também é um ano simbólico e decisivo para a educação brasileira, com marcos que precisam ser tensionados e disputados:

  • São 22 anos que a Lei 10.639/03 tornou obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira nos currículos escolares. Apesar de ser um marco histórico na luta contra o racismo dentro da educação, essa legislação ainda enfrenta resistências e omissões no cotidiano das escolas, revelando o quanto a sua implementação plena segue sendo um desafio.
  • O Brasil também está em processo de elaboração do novo Plano Nacional de Educação (PNE) 2024–2034, que irá definir as metas, estratégias e diretrizes da educação brasileira até 2035. 
  • Outro avanço importante foi a aprovação da Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ), proposta pelo Ministério da Educação com o objetivo de enfrentar as desigualdades raciais nos espaços educacionais e garantir os direitos de estudantes quilombolas em todo o país.

Esses marcos são parte do que está em disputa: a educação que queremos precisa ser feminista e comprometida com a justiça social. E, para isso, é urgente falar também sobre os direitos sexuais e reprodutivos de meninas e adolescentes negras.

A escola precisa se posicionar como espaço de escuta, proteção e denúncia das violações que atingem nossas meninas. Porque lutar pelo Bem Viver passa por garantir que meninas negras cresçam com liberdade, segurança e dignidade.

Confira a agenda completa do Julho das Pretas nas escolas:

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