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Instituto Odara inicia novo ciclo de formação política com meninas e adolescentes negras da Bahia

s novas turmas do Ayomide Odara e da Escola Beatriz Nascimento reúnem moradoras de Salvador, Região Metropolitana, Recôncavo Baiano e Chapada Diamantina

Por Brenda Gomes | Redação Odara 

O Instituto Odara deu início de forma virtual, na última quarta-feira (7), a um novo ciclo de formação política voltado para meninas e adolescentes negras, por meio do Projeto Ayomide Odara e da Escola de Ativismo e Formação Política Beatriz Nascimento (EBN). As novas turmas reúnem meninas com idades entre 8 e 18 anos, moradoras de Salvador, Região Metropolitana, Recôncavo Baiano e Chapada Diamantina. Neste ciclo, a novidade é que a turma da EBN será composta exclusivamente por meninas que fariam parte da segunda turma de adolescentes do Projeto Ayomide Odara, ampliando o alcance da metodologia da iniciativa.

Durante o encontro de abertura, Naiara Leite, coordenadora executiva do Odara, deu as boas-vindas às participantes e destacou a importância do trabalho com meninas negras como parte essencial da missão do instituto. “O Odara e nossa equipe acreditam e são apaixonadas pela construção dos sonhos de vocês. Sem vocês, essa casa não seria o que é. O Ayomide e a EBN são espaços criados para que vocês possam imaginar e sonhar, fortalecer o que aprendem nas escolas e se prepararem para os cursos que querem fazer no futuro. Estamos muito felizes por recebê-las, com toda a confiança que cada família depositou no nosso trabalho”, destacou Naiara.

Além de Naiara, outras ativistas do Odara participaram do encontro de abertura, apresentando os diversos programas da organização. Daiane Ribeiro apresentou o projeto Minha Mãe Não Dorme Enquanto Eu Não Chegar; Iasmin Gonçalves, o projeto Quilomba Pela Vida das Mulheres Negras; e Brenda Gomes, o trabalho do Programa de Comunicação do Instituto Odara.

Débora Campelo, coordenadora do projeto Ayomide Odara, também participou do evento e ressaltou a importância do ciclo de formação para a construção de futuros possíveis para as meninas. “Neste ano, estamos trabalhando em todos os eixos da Marcha, que é Reparação e Bem Viver, para que possamos entender que estes dois conceitos, que vêm da prática, da memória e do processo de luta de mulheres negras, nos atravessam em todos os âmbitos da vida. A arte-educação estará sempre presente enquanto estratégia metodológica, trazendo um trabalho formativo mais amplo e lúdico”, afirmou Débora.

Ticiane Ferreira, de 15 anos, que já participava do Ayomide e agora integra a turma da EBN (que tem meninas de 14 a 18 anos), compartilhou suas expectativas. “Eu achei bem legal, uma nova oportunidade que tivemos, e acredito que esse ano será um ano de novas aprendizagens, onde vamos nos adaptar ao novo momento que o Ayomide está passando e, junto a isso, vamos conhecer e nos integrar a outros projetos.”

Fernanda Suelen, de 12 anos, faz parte da turma 1 (que tem meninas entre 8 e 13 anos), composta por meninas de 8 a 12 anos, e compartilhou sua expectativa para o novo ciclo formativo. Ela destacou o desejo de retomar projetos que marcaram positivamente o ano anterior: “Eu espero que esse ano traga mais alguns assuntos que não foram tão aprofundados no ano passado. Gostaria muito que o Repórter Ayomide voltasse, porque achei que foi um projeto muito bom, e que fez um bom debate entre meninas negras. E eu quero que esse ano seja cheio de assuntos novos e importantes”, afirmou.

MENINAS NEGRAS EM MARCHA 

Como parte da formação deste ano, também está previsto a continuidade dos debates acerca da Reparação Histórica e Bem Viver, que nortearão a Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, que acontecerá em novembro de 2025, em Brasília (DF). “Um dos grandes sonhos desse ano é que a gente consiga levar as meninas negras da Bahia para a Marcha. Para que elas possam falar o que elas pensam sobre Bem Viver. Para que nesse momento histórico possam falar qual escola desejam, sobre seus sonhos e mostrar que elas são a nossa esperança”, destaca Naiara Leite. 

EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO POLÍTICA 

Lorena Cerqueira, ativista do Odara e coordenadora da Escola Beatriz Nascimento, explica que transformar a antiga turma 2 do Projeto Ayomide em uma turma da EBN é uma decisão estratégica. A iniciativa busca garantir a continuidade do acompanhamento das meninas e aprofundar sua formação cidadã e política, com foco na construção de trajetórias potentes para o futuro. “A estratégia é investir no processo de formação de jovens lideranças, incentivando a formação política e a escolaridade. Pensamos na transição do ensino médio para a universidade e também no acesso e inserção das meninas no mercado de trabalho e em espaços de representação política”, afirma Lorena. 

O Programa de Educação e Formação Política do Odara atua na construção de espaços de reflexão e aprendizados para meninas e mulheres negras, cis e trans, produzindo estudos, pesquisas e intercâmbios que visam o fortalecimento da incidência do movimento de mulheres negras, sobretudo na Região Nordeste. Através do programa, o Odara faz o enfrentamento ao epistemicídio, incentivando a produção de narrativas, memórias, metodologias e escrevivências negras feministas descoloniais.

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