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Julho das Pretas nas Escolas

O Julho das Pretas nas Escolas é uma ação organizada desde 2019 pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, por meio do Projeto Ayomide Odara, inicialmente direcionada às escolas baianas, com o objetivo de refletir, dialogar, e construir caminhos de enfrentamento ao racismo e às mais diversas formas de violências que afetam meninas e adolescentes negras.

Desde então, escolas da rede pública e privada, creches e universidades foram contempladas com a realização de rodas de conversas, mostras de filmes, caminhadas nos bairros, gincanas de conhecimentos, entre outras atividades voltadas à incidência política da agenda do Julho das Pretas.

Em 2024, durante a 12ª edição do Julho das Pretas – Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver, a ação se expande e se torna Julho das Pretas nas Escolas do Nordeste, com mais de 150 atividades propostas por educadores, estudantes e ativistas de toda a região. O crescimento da agenda é fruto da parceria com o Grupo de Trabalho (GT) de Educação para as Relações Étnico-Raciais da Rede de Mulheres Negras do Nordeste. 

O objetivo é sensibilizar a sociedade em relação a importantes marcos educacionais deste ano: os 21 anos de exercício da Lei 10.639/03, que institui a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira nos currículos escolares; elaboração do novo Plano Nacional de Educação (PNE) para a próxima década (2024-2034); e implementação da Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ).

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escolas
desde
2019

“A escola sempre foi nossa segunda casa, o ambiente onde é possível socializar, aprender, conhecer coisas novas e construir mundos, apesar disso, essa segunda casa nem sempre foi acolhedora, para meninas negras, candomblecistas, da comunidade e outros grupos tidos como “diferentes”, algumas questões poderiam transformar esse ambiente de um jeito negativo. Muitas coisas são violentas na escola, quando ela não parece ser pensada para nos receber, quando temos que aceitar um lugar que não nos agrada, porque a estrutura escolar não foi pensada para pessoas negras, isso fica evidente quando temos que nos defender de uma violência no ambiente escolar e não encontramos acolhimento e escuta da escola.”

diz trecho de carta escrita por meninas do Ayomide aos gestores educacionais, em 2021.