#OpiniãoOdara: Estátua de Mãe Stella de Oxóssi incendiada em Salvador (BA) é a cara do racismo fundamentalista cristão que se arvora Brasil a fora

Redação Odara

Na manhã do último domingo (4) fomos acordadas com a imagem tenebrosa do fogo criminoso e racista que tomou conta da estátua de Mãe Stella de Oxóssi, em Salvador (BA).

A estátua foi inaugurada em 2019, em homenagem à Ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, que faleceu em 2018, aos 93 anos. Esta é a segunda vez que o monumento sofre um ato de vandalismo.

O racismo todo dia nos violenta, nos persegue, nos abusa. Quando a estátua de Mãe Stella de Oxóssi é incendiada, o racismo está dizendo que não aceitará nossa vida, tampouco nosso descanso, nossa memória. O racismo quer nos desumanizar, nos tirar o direito de viver, de morrer, de manifestar nossa religiosidade

Odé Kayode, Mãe Stella ou Maria Stella de Azevedo Santos é imaterial, não há como incendiar seus mais de 70 anos de Candomblé, não há fogo que queime suas imortais escritas, não há racismo que reduza seus encantos e mistérios a cinzas.

O racismo religioso é uma violenta arma do Estado, uma herança colonialista que nos tira um dos direitos mais básicos da vida, o direito a ter fé, acreditar. Nossa religiosidade atravessou mares, navios negreiros, sobreviveu à catequização, ao catolicismo, aos senhores e senhoras de engenho. 

Nossos atabaques sobreviveram, Exu sobreviveu.

O encanto e a história de Mãe Stella seguem nos atravessando como a própria flecha de Oxóssi. Nossa ancestralidade e magia atravessam o fogo. Odé Kayode é uma força imaterial, além desse plano.

Que Xangô caminhe pelas matas e faça justiça pelo nome e memória de Mãe Stella.

Assine o Boletim Odara:



Compartilhe:

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *