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#OpiniãoOdara: Mulheres Negras historicamente são a cara e o coro pela garantia dos direitos humanos!

Redação Odara

10 de Dezembro foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

No Brasil e no mundo a noção de Direitos Humanos vem sendo deturpada por supostos “cidadãos de bem”, a partir de jargões como “direitos humanos são para humanos direitos”, propagando práticas e discursos racistas, sexistas, misóginos, cristãos fundamentalistas, etnocentristas, capacitistas, xenofóbicos, afim da preservação de seus privilégios, ou de outros – o que é pior.

Porém,  Direitos Humanos são, na verdade,  um conjunto  de contratos sociais que preservam e asseguram a vida, a liberdade, cultura, autonomia e oportunidades para todas as pessoas de todos os grupos  humanos de forma “igualitária”.

Não pode haver separação entre quem merece ou quem não merece ser tratado de forma humana e justa, isso é irrevogável.

Quando um dito “cidadão de bem” se sente no direito de decidir sobre a vida e morte, condições, acessos e oportunidades de outros, baseado em suas características físicas, sexuais, cognitivas, culturais ou territoriais, ele está dizendo que certos corpos são mais humanos que outros, que alguns corpos merecem viver plenamente em segurança, enquanto outros foram feitos para serem inferiorizados e explorados.

Essa visão de segregação e desumanização é a base para que as políticas de morte sejam perpetuadas por séculos.

A ideia de que existem seres humanos inferiores a outros é também o que faz com que defensoras de direitos humanos por todo mundo sejam perseguidas e mortas diariamente.

Nós, mulheres negras, que resistimos por nós, por nossas famílias e comunidades a todas as violências fruto do colonialismo racista patriarcal e do capitalismo, somos defensoras de direitos desde muito antes dos homens brancos inventarem o termo. 

Quando lutávamos pela libertação do nosso povo negro e dos corpos escravizados e abusados, estávamos lutando pelo direito à vida e à liberdade. 

Quando não aceitamos ser simplesmente coadjuvantes na luta de mulheres brancas, estamos lutando, novamente, pelas nossas vidas e por nossa autonomia. 

A vida, a liberdade e a autonomia são direitos humanos básicos, sem eles, nenhum outro pode ser assegurado.

Acreditamos numa sociedade de justiça social e Bem Viver que só será alcançada com a asseguração plena da vida de todas as pessoas. 

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