Marcelo Daniel, de 19 anos, é morto pela PM no Nordeste de Amaralina, em Salvador (BA), na noite do natal (24)

Boas festas para quem!?
Redação Odara
O jovem negro Marcelo Daniel Ferreira Santos (19) foi baleado pela Polícia Militar da Bahia na noite do último sábado (24), no Nordeste de Amaralina, em Salvador. Atingido no peito, Marcelo foi socorrido e internado no Hospital Geral do Estado (HGE), onde passou por cirurgia, mas não resistiu e morreu nesta quarta (28).
Marcelinho, como era conhecido, gostava de jogar bola, era bem humorado, conhecido por todos. Com apenas 19 anos de idade teve sua vida roubada pela política de morte do Estado.
Como uma família preta pode se recuperar de uma perda como a de Marcelinho? Como uma comunidade pode viver em paz sabendo que é o alvo do Estado?
Marcelo não é um número e nem uma notícia, ele foi um jovem que sonhou, viveu, dançou, cantou, fez amizades, riu, jogou bola, ele foi amado, foi querido por todos e deixou, junto com a saudade, um sentimento de revolta, angústia e dor.
Mas não são só os familiares e amigos de Marcelinho que agora vivem o luto em decorrência da violência policial. Dados coletados pelo Instituto Fogo Cruzado apontam que a Polícia Militar da Bahia mata em média mais de uma pessoa por dia só em Salvador e Região Metropolitana.
E Salvador desponta em números proporcionais de chacinas provocadas por agentes de segurança (86%), superando o Rio De Janeiro (75%).
Os números são alarmantes, mas estamos falando de vidas, famílias e comunidades inteiras sendo violetadas sistematicamente.
O presente de Natal ofertado à comunidade do Nordeste de Amaralina não é uma ação pontual, fruto do despreparo de alguns policiais ou mesmo infeliz tragédia. O território do complexo do Nordeste de Amaralina sofre investidas violentas constantes do aparelho policial do Estado. Marcelinho se soma a Micael Menezes (11), Joel da Conceição Castro (10), Carlos Alberto Júnior (22), Ryan Andrew (9), João dos Santos Piedade Filho, Márcio Nunes Moreira, Anderson Costa dos Santos (15), Danilo Meireles dos Santos, dentre tantos cujas vidas se tornaram marcas de sangue nas mãos de policiais e nas estatísticas de violência do Estado.
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