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Projeto Ayomide Odara realiza encontro de meninas negras em Salvador (BA)

O Encontro de Meninas Negras “Nossa vez, nossa voz” aconteceu na Associação das Comunidades Paroquiais de Mata Escura e Calabetão (Acopamec) e reuniu mais de 100 meninas e jovens negras

Redação Odara

No último sábado (22), aconteceu o Encontro de Meninas Negras “Nossa vez, nossa voz”, organizado pelo Odara – Instituto da Mulher Negras, através do projeto Ayomide Odara. O encontro, que reuniu mais de 100 meninas e jovens negras, contou com um dia inteiro de atividades realizadas na Associação das Comunidades Paroquiais de Mata Escura e Calabetão (Acopamec), em Salvador (BA).

Estiveram presentes meninas negras urbanas e quilombolas que fazem parte das turmas online e presencial do Ayomide, das cidades de Salvador, Lauro de Freitas, Feira de Santana, Candeias, Cachoeira, Boninal e Seabra. Algumas garotas do Grupo de Mulheres do Alto das Pombas (Grumap) e da própria Acopamec.

Logo pela manhã, as meninas foram recebidas com um delicioso café da manhã. Em seguida, aconteceu a abertura oficial da atividade, com participação da equipe do projeto e representantes do Acopamec. “Trabalhar com meninas negras é se entregar às magias dos erês, dos ibejis, é entender o lugar de cada uma delas. Construir o Ayomide e cuidar dessas meninas é uma missão que o Odara nos entregou”, disse Érika Francisca, coordenadora do projeto, durante a abertura.

Naiara Leite, coordenadora executiva do Instituto Odara, falou sobre a importância e o impacto do projeto nas vidas de meninas negras: “O Ayomide Odara é um sonho de um projeto político das mulheres negras no Brasil, construído a partir de muita luta das nossas mães e avós. O Ayomide é a possibilidade da gente acreditar que as meninas negras serão livres, terão direitos e realizarão os seus sonhos”, afirmou Naiara.

Durante a plenária “Nada sobre nós sem nós”, algumas Ayos falaram sobre a experiência transformadora de fazer parte do projeto Ayomide Odara:

“O Ayomide não me deixou esquecer quem eu sou e de onde eu venho. Esse projeto mudou minha vida”

contou Madu Costa, de 11 anos.

“Somos meninas pretas, lindas e empoderadas. Não podemos deixar que ninguém diga o contrário”

afirmou Laila Vitória, de 16 anos.

“Eu já quebrei várias barreiras e vou continuar quebrando, até realizar meu sonho de ser engenheira agrônoma. Uma menina negra pode ser o que ela quiser”

disse, animada, Wesllaine Oliveira, de 18 anos.

Após a plenária, as meninas se dividiram em quatro Grupos de Trabalho (GTs) para discutir e elaborar sobre os temas: Autonomia, justiça e saúde sexual e reprodutiva de meninas negras; Racismo nas escolas; Escola e pós pandemia; Comunicação e incidência política.

A partir das discussões feitas nos grupos de trabalho, com ajuda de facilitadoras, as meninas realizaram mais uma plenária para expor as principais questões que foram abordadas e construir uma carta. Reivindicações acerca da educação, saúde mental, raça, gênero e sexualidade, foram pontuados no documento que em breve estará disponível em formato de vídeo.

Confira os registro do encontro no Instagram @ayomide_odara.

Sobre o projeto

O Projeto Ayomide Odara iniciou sua atuação em 2021, no campo da educação e dos direitos humanos, com o apoio do Fundo Malala. De maneira remota e presencial, a equipe trabalha com formação e incidência política para mais de 100 meninas negras da Bahia, dos 9 aos 18 anos de idade.

Os encontros presenciais acontecem aos sábados pela manhã, na sede do Instituto Odara, e os encontros online às terças-feiras pela noite, trazendo dinâmicas e diálogos para que as meninas reflitam sobre raça, identidade, gênero, movimento de mulheres negras e outros diversos temas de importância histórica para as meninas negras. 

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