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Coluna Beatriz Nascimento #8 – 3ª Temporada: Nauane Guimarães

Mulher Cabeça Feita, Mulher Força Perfeita!

Primeiramente, agradeço ao universo e toda força ancestral que nos fortalece e que guia toda a equipe do Instituto Odara. Peço também que os anjos de luz continuem fortalecendo a Escola Beatriz Nascimento e todo o grupo que fez e a faz acontecer.

Logo de início, fiquei bastante feliz em ter passado no processo seletivo da EBN. Imaginei que seria maravilhoso estar na Escola, mas não tinha dimensão da fortaleza que seria estar naquele lugar, com aquelas mulheres e dividindo tanta energia e cuidado de uma forma tão familiar. Em vários momentos, tive dejavus, e isso só me confirmava que de fato era ancestral.

Conheci mulheres, emocionei-me, arrepiei-me, dividi sorrisos e lágrimas e bebi de uma água cristalina que lavou a alma, não só minha, mas de todas ali presentes. Foi muito nítido isso; todos os encontros foram essenciais. Do primeiro dia até o encerramento, vivemos momentos únicos, entendendo e respeitando as subjetividades de cada uma e pensando e construindo saberes num conjunto coletivo, de revolucionar, melhorar e ocupar tudo e todos os espaços.

A Escola Beatriz Nascimento foi uma virada de chave na minha vida. Beber dessa fonte me fortaleceu e me encorajou ainda mais para seguir confiante da mulher que sou e que serei nos próximos dias.

Sou grata ao Movimento Negro e à minha mãe Jô Guimarães, que sempre me inseriu na militância. Eu cresci rodeada de mulheres potentes lutando pelos direitos e espaços que nos são negados, e hoje, como professora, eu entendo que devo passar e continuar um legado que vem muito antes de mim. Se hoje, ainda com tanta desigualdade social, eu piso em um solo mais “macio”, eu agradeço por quem veio antes, pelos passos que vieram de longe e que fizeram acontecer, ciente de que ainda temos muitos a lutar para alcançar.

Precisamos buscar possibilidades para nosso povo, nossa comunidade, levar esperança para dias melhores, entender que nós também podemos ter qualidade de vida, ocupar espaços, beber dessa fonte. Fazer parte desse curso não é só por mim; me munir de conhecimento, conhecer mais sobre a minha ancestralidade, meu povo, meus direitos, e entender o quanto sou incrível e capaz me fortalece para que eu possa fortalecer as ideias e pensamentos da minha comunidade, levar a história do meu povo que, mesmo sendo lei, nos é negada e não são faladas nas escolas. Estou aqui para fazer a diferença, porque o racismo faz com que nos sabotemos.

Ser cria da Escola Beatriz Nascimento nos traz outra forma de pensar e de viver. Sigo confiando e zelarei pelo legado de tantas mulheres ricas que construíram e deram força para a EBN. E sigo dizendo que conhecimento ninguém tira da gente, é nossa maior munição.

Adupé Escola Beatriz Nascimento!

Adupé Grumap!

Adupé Instituto Odara!

Adupé a toda Ancestralidade!

Adupé a todas as mulheres MARAVILHOSAS que fazem acontecer!

Adupé Exú pelo caminho de me guiar a essa Escola!

*Nauane Guimarães é licenciada em Pedagogia, pós-graduada em Psicopedagogia, educadora social, militante, mulher preta, mãe de Luanda Kaiala. 

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