Racismo Estrutural é tema de rodas de conversa do Projeto Minha Mãe Não Dorme Enquanto Eu Não Chegar

As rodas aconteceram nas comunidades do Cabula e Nordeste de Amaralina, em Salvador (BA)

Redação Odara

Nos dias 20 e 22 de agosto, o Projeto Minha Mãe Não Dorme Enquanto Eu Não Chegar, do Odara – Instituto da Mulher Negra,  realizou rodas de conversa com o tema Racismo Estrutural. A atividade aconteceu nas comunidades do Cabula e Nordeste de Amaralina, em parceria com a Associação Artístico-Cultural Odeart e o Grupo Mulheres em Luta, respectivamente.

No Cabula, a roda foi mediada pela socióloga, professora e feminista negra, Laíse Neres, e no Nordeste de Amaralina, pela cientista social Alessandra Viana. Durante os encontros, as integrantes do projeto Minha Mãe Não Dorme falaram sobre o tema partindo das suas próprias experiências de vida para nortear a discussão e entender como funcionam as engrenagens do racismo estrutural.

Miriam Alves Reis, do Grupo Mulheres em Luta, comentou sobre a necessidade de discutir temáticas relacionadas ao racismo, sobretudo entre mulheres negras, que são especialmente afetadas pela estrutura racista de diversas formas:

“Até quando se fala em violência doméstica e feminicídio, o racismo faz com que as mulheres negras estejam mais vulneráveis e tenham dificuldade para conseguir ajuda. Precisamos entender quais são os nossos direitos e quais são os deveres do Estado”, afirmou Miriam.

Laíse Neres também falou sobre como esses momentos de trocas de conhecimentos são fundamentais para entender o racismo e construir estratégias de enfrentamento: “É assim que enfrentamos o racismo: com auto-organização e conhecimento”, disse.

Durante a atividade no Nordeste de Amaralina, um dos tópicos levantados foi a representatividade política de mulheres negras enquanto estratégia para visibilizar e pautar as questões da população negra no âmbito institucional. “Quem pode falar por nós? São aqueles que nos representam. Então, é importante que tenhamos representatividade”, afirmou Andressa Viana.

Por ser um tema amplo e cheio de desdobramentos, ao final das atividades surgiu a necessidade de realizar outros encontros sobre racismo estrutural em ambas as comunidades. “A discussão do racismo estrutural, além de ser muito importante, exige aprofundamento e análise sobre muitas coisas, então precisaremos de outros encontros para falar sobre isso e alinhar as nossas estratégias de luta”, concluiu Hildete Emanuele Nogueira, coordenadora do Projeto Minha Mãe Não Dorme Enquanto Eu Não Chegar.

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