Relatório traz números preocupantes sobre violência contra as mulheres

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Em média, são 13 casos de estupro por dia no RJ; maioria das vítimas é menor. Número de assassinatos vem aumentando ano a ano.

Do G1

No Rio, um relatório traz números preocupantes sobre a violência contra a mulher. Em média, são 13 casos de estupro por dia no estado. A maioria das vítimas é menor de idade. O número de assassinatos vem aumentando ano a ano.

Com queimaduras de segundo grau espalhadas pelo corpo, Adriana lembra da agressão do marido quando estava cozinhando no fogão: “Pegou o álcool e lançou em cima de mim. Como eu estava no fogo, aquela labareda subiu, tomou conta dos meus cabelos, do meu rosto”.

O companheiro dela, Erlon da Silva Araújo, foi preso. Ele é o pai dos dois filhos de Adriana. Foram 12 anos de agressões dentro de casa.

“A relação era horrível. Ele ameaçava em pegar as filhas e ela e matar. Quem vai entregar ele? Ela ficava com medo, não falava para a família”, conta o tio de Adriana, Ivanil Ferreira.

Adriana está internada em um hospital em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O quadro de saúde dela é estável, mas não há previsão de alta.

 

Leia: PLP 2.0 – Aplicativo para coibir a violência contra a mulher

A agressão sofrida por Adriana engrossa as estatísticas de violência contra a mulher no estado do Rio de Janeiro. Apenas no ano passado, o número de mulheres assassinadas no estado do Rio chegou a 420, um aumento de 18% em relação ao ano anterior.

Os números estão em um relatório divulgado pelo Instituto de Segurança Pública do Rio. O estudo aponta que os casos vêm crescendo desde 2012.

Outro dado impressionante é o número de mulheres que sofreram violência sexual. Foram 4.725 casos de estupro no ano passado, uma média de 13 por dia. A maioria das vítimas era menor de idade.

O número de vítimas por lesões corporais dolosas foi de 56 mil. A maioria das agressões foi feita pelos próprios companheiros ou ex-companheiros.

Para a juíza Adriana Ramos, não houve aumento da violência. O que aumentou, segundo ela, foi a consciência das mulheres que agora se sentem mais encorajadas a denunciar. Adriana coordena o projeto Violeta, referência nacional no atendimento a mulheres vítimas de violência. A iniciativa acelerou o atendimento em casos graves, e as medidas de proteção saem em apenas quatro goras.

A Lei Maria da Penha abriu caminho para a punição dos agressores de mulheres. E mais recentemente, no mês de março, foi sancionada a Lei do Feminicídio, que aumentou a pena para essas agressões de 12 para até 30 anos de prisão.

“Quando aquela agressão começa a aumentar, passa de uma agressão verbal e depois vai para uma agressão física, a tendência é aumentar esse contínuo de violência e acabar no feminicídio, que é a morte da mulher. Então, elas precisam também denunciar”, afirma a juíza.

 

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