Vereadora e Secretária Municipal de São João do Piauí, Adriana Castro atua em defesa da igualdade racial e pelo fim da violência contra a mulher
Adriana Castro carrega o difícil tarefa de ser a única vereadora reconhecida por pautar questões raciais e de gênero em São João do Piauí
Por Nádia Conceição
Adriana Castro foi eleita vereadora, em 2020, na cidade de São João do Piauí, no estado do Piauí, semiárido brasileiro. Em 2021, foi convidada para liderar a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, onde permaneceu até o início deste ano.
Visibilizando o grau de violência e do racismo estrutural presentes no ambiente político, Adriana é a única pessoa negra eleita na Câmara Municipal de sua cidade. A legisladora iniciou a trajetória política ainda jovem, em ações realizadas pelas pastorais católicas e nos movimentos sociais, quando foi fisgada pela comunicação enquanto estratégia de luta, mais precisamente a comunicação realizada na rádio comunitária do município, ponto central para sua aproximação com as questões sociais.
Após cursar Engenharia Agronômica, o que lhe deu as credenciais para atuar em comunidades rurais, Adriana alçou voo e saiu de São João do Piauí, passando a morar em um município vizinho, Canto do Buriti, onde trabalhou com a convivência no semiárido, lidando com questões como a valorização da mulher, dos povos tradicionais e dos modos de vida.
Ainda na adolescência, por meio da militância política, filiou-se ao Partidos dos Trabalhadores (PT), mas apenas em 2013 iniciou sua trajetória na gestão pública, após retornar para São João do Piauí a convite da gestão municipal para assumir uma pasta na prefeitura. Em 2016, se candidatou pela primeira vez ao cargo legislativo municipal, ficando na primeira suplência. Mas em 2020, novamente candidata, ela venceu o pleito ficando em quarto lugar.
Nessa entrevista, Adriana Castro conta um pouco mais das suas dificuldades, vitórias e como conquistou seu capital intelectual e político, além de falar como tem desenvolvido suas pautas para melhorar a vida das pessoas negras em seu município. Confira!
“No meu lugar de fala, enquanto mulher e enquanto mulher negra, eu percebi que somos muito mais cobradas do que outras pessoas que estão em cargos semelhantes. As pessoas, infelizmente, precisam estar o tempo todo nos colocando à prova e o mais interessante é que a gente também assume esse papel de se auto cobrar e muito mais do que às vezes está dentro das nossas possibilidades.”
Desde muito cedo você participa de mobilização política na sua cidade. Como sair, se qualificar e voltar?
O município de São João do Piauí é pequeno, com pouco mais de 20 mil habitantes. Logo após cursar a faculdade, eu participei de uma seleção e comecei a trabalhar em um município vizinho, Canto do Buriti. Topei o desafio de mudar completamente de vida, e ter outras perspectivas de vida foi um grande aprendizado. Retornar ao município numa perspectiva de trabalhar na gestão pública, que até então eu não tinha essa experiência, também foi um grande desafio, sobretudo quando o nosso grupo chega ao poder quebrando uma oligarquia de 70 anos de um outro grupo.
Recebemos uma cidade totalmente desestruturada, o que tornou o desafio ainda maior nos primeiros meses. O primeiro ano foi terrível. Dentro dessas perspectivas, uma questão que a gente percebe é que, mesmo você querendo contribuir, não é fácil adentrar as comunidades e periferias, aos grupos mais vulneráveis e fazer essa discussão sobre a lógica de política no sentido de implementação de obras ou serviços e discutir a questão do empoderamento dos territórios e grupos tradicionais.
Outros mandatos tiveram pessoas negras, tanto homens quanto mulheres, mas eu sou a primeira pessoa que traz o debate sobre a questão racial. Então, o que a gente percebe é uma ausência de oportunidades de pessoas que estão dispostas a enfrentar esse desafio, de olhar e fazer as pessoas reconhecerem a sua capacidade, que não é a cor da sua pele, não é a questão da sua condição social e econômica que vai te impedir de fazer um bom trabalho. Então, o primeiro desafio é fazer a sociedade reconhecer a minha capacidade. Mesmo nas comunidades mais carentes, quando eu chegava, as pessoas perguntavam: você que é a secretária? As pessoas ficam um pouco incrédulas, um pouco desconfiadas, mas com um tempo a gente conseguiu superar. E hoje eu percebo que as pessoas reconhecem a minha capacidade de contribuição.
Existe uma diferença na atuação como legisladora e como secretária. Como tem sido a realização dos trabalhos e das pautas nestas duas funções?
Na minha campanha eu elegi três pautas: a defesa da igualdade racial, o fim da violência contra a mulher e a agricultura familiar. Eu as elegi porque já é dentro do trabalho do dia a dia, do que eu vivencio. Então no primeiro semestre eu fiquei na Câmara Municipal, apresentei projetos de lei, principalmente voltados para a questão da igualdade racial, como a instituição do Estatuto da Igualdade Racial no município, a lei de criação da Semana Cultural Negra e também a implementação da lei que trabalha nas escolas a eliminação da desigualdade racial. Estes três projetos de lei foram apresentados e aprovados no primeiro semestre. Agora, o nosso próximo passo é lutar pela implementação, fazer acontecer, sair do papel, inclusive, já discutindo com o poder executivo, com as pessoas responsáveis pelas pastas a que deve essas pautas.
Nós estamos no município que tem três territórios quilombolas. Inclusive, um dos territórios é muito grande, composto por 12 comunidades, o Riacho dos Negros. É necessário fazer essa discussão, porque para além do território, a grande maioria da população é de fato quilombola, com dificuldade de se reconhecer. Como secretária, eu tive condição de dar impulsionamento à pauta da Agricultura Familiar e isso pôde se unir em alguns momentos, porque você consegue fazer um trabalho priorizando as comunidades quilombolas. Mas isso não é o tempo todo, porque a pauta não é regida o tempo todo pelo gestor da pasta, então uma série de fatores podem levar você a não conseguir fazer nenhuma atividade dentro das comunidades, pois depende muito da forma como o gestor e o grupo percebe o que é trabalhar com comunidades quilombolas e o que é a prioridade do próprio poder executivo.
Você participou da campanha de 2016 e 2020. Como você analisa essa diferença, falando de violações de direitos e da ocorrência de violência direcionada a você?
Em 2016, quando eu fui candidata, pela primeira vez, o desafio foi muito maior. A coragem de colocar meu nome à disposição, mesmo quando você tem pessoas que te apoiam, te encorajam, é uma decisão muito difícil, porque você tá deixando uma vida mais reservada para se tornar uma pessoa pública. A questão do preconceito foi o que mais me machucou no processo, o próprio comportamento do grupo político e do próprio partido, porque tem pessoas preconceituosas que acham que as candidaturas femininas devem servir apenas para composição dos 30% e, quando vêm a capacidade e a possibilidade de alguém que pode tomar o espaço, que em tese, deveria ser de outra pessoa, de um homem, que na grande maioria das vezes, é branco, isso começa gerar muitos atritos internamente.
Depois o desafio de construir a campanha, a minha candidatura dentro do partido. Mesmo tendo um grupo, tendo pessoas que apoiem, têm pessoas também que estão lá para dizer que não é o seu momento, que você não é capaz, que as suas condições financeiras não te possibilitam chegar onde você quer. Para fora do partido, obviamente, também há, só que acho que machuca menos porque eu espero sempre que você vai encontrar desafios, eu sei que não seria fácil. E assim, a gente sai do processo, sai muito magoada, triste, mas percebe o quanto o processo é importante para o fortalecimento, não só da minha pessoa como liderança, mas do grupo que te acompanha e da possibilidade, de você poder fazer esse trabalho ser ampliado, que foi o que eu fiz, após 2016. Comecei a trabalhar na perspectiva de ser candidata novamente e de poder, ter condições reais de ser eleita e ampliar a base.
Em 2020, por mais que a gente tenha passado por esse processo de um presidente genocida, que incita o ódio, o preconceito e ter passado pela situação da derrubada de uma mulher presidenta do Brasil, de tanta incitação ao ódio nas redes sociais, como a política é mais local e a gente já vinha trabalhando nessa questão da conquista de espaço, consegui trabalhar de forma mais consolidada e não sentir tanto essa grande força. A gente sente sim a força contra você pela sua condição social, principalmente pela questão da cor da sua pele, por eu ser negra. Acho que o que mais incomoda, não é o fato de eu ser negra, mas o fato de eu me assumir enquanto negra. Em 2020 os desafios foram grandes, mas eu me senti mais fortalecida. Por ter passado pelo primeiro processo, já sabia das situações que iria enfrentar e já vim com um pouco mais de consciência sobre como seria a campanha, além de a rede de apoio ter sido muito importante.
O que você entende como violência política ou violência eleitoral?
A violência política é a negação do direito da participação efetiva. E essa negação não é só contra mulheres, mas também contra pessoas negras, contra pessoas LGBTQIA+, contra grupos que na verdade são maiorias, mas são tratadas como minorias, no sentido do acesso a direitos. Para mim, a violência é quando uma pessoa ou um grupo tenta barrar, inviabilizar e, inclusive, trabalhar contra o reconhecimento e o trabalho dessas pessoas que compõem estes grupos. É importante compreender que [a violência] está dentro do partido político, das comunidades, das gestões públicas, pois a gente vivencia isso a todo momento e de várias maneiras.
Foi colocado na cabeça das pessoas que mulheres, negros e negras, pessoas com orientação sexual diferenciada, são menos capazes. O tempo todo a gente que faz parte desses grupos tem que estar procurando formas de provar a nossa própria capacidade. Inclusive, observamos muitas vezes o adoecimento de muitos companheiros e companheiras por conta da forma que são tratados.
Mesmo quando chegar ao espaço de poder, você vai ter dificuldade para desenvolver o trabalho, porque tem que se defender da bancada que muitas vezes ignora a sua luta e a sua pessoa. No meu lugar de fala, enquanto mulher negra, eu percebi que somos muito mais cobradas do que outras pessoas que estão nos cargos semelhantes. As pessoas, infelizmente, precisam estar o tempo todo nos colocando à prova e o mais interessante é que a gente também assume esse papel de se auto cobrar e muito mais do que às vezes está dentro das nossas possibilidades.
Você sentiu a falta de apoio do partido [PT] com relação à disponibilização de verba para a campanha?
Aqui no município, em 2016, a gente sentiu muita dificuldade, mas em 2020, por conta de uma construção circunstancial, eu já estava presidente do partido, então, o apoio do grupo que nós constituímos me ajudou muito. O prefeito era do nosso partido e isso contribuiu. O vice-prefeito acreditava no meu trabalho, tanto é que eu tive a oportunidade de ficar por duas gestões ocupando pastas, em primeiro escalão, o que me ajudou muito. Mas assim, ajuda, facilita, abre portas, mas a gente percebe que ainda não é tudo.
Aqui no município, a gente acabou não conseguindo acessar o recurso que é destinado exclusivamente para a campanha das mulheres. Por mais que nosso partido depois tenha dado inúmeras explicações, nada nos convenceu, porque na verdade a nossa parte a gente fez: a abertura de conta, os trâmites legais, mas o recurso que viria para potencializar a campanha não chegou aqui. Não aconteceu como nós esperávamos por parte da executiva e do diretório estadual esse cuidado com as candidaturas de mulheres e de mulheres negras. Tinha esse recorte na lei e nos nossos documentos e empenhos partidários, mas na efetividade não aconteceu.
Quais são as suas referências negras dentro do seu município e do seu estado? Você se espelhou em alguém?
Dentro do estado do Piauí, a referência mais forte de mulher negra na política foi Trindade, que infelizmente já nos deixou. Ela morreu no final da década de 90, quando era deputada federal, era uma mulher negra do Partido dos Trabalhadores. De lá para cá, eu confesso que a gente tem referência de mulheres negras que estão nessa constante luta de ocupação de espaços e que, inclusive, não tem conseguido espaços de grande representatividade, muito por essa questão de quem constrói e qual é o espaço de uma mulher.
Nós temos Rosalina, negra e que mora em uma comunidade quilombola. Ela já foi vereadora, candidata a deputada estadual e a gente não observa o desejo de contribuição político partidário com a candidatura da companheira Rosalina. Ela não desiste, tem feito o trabalho dela, mas quando olho para a campanha da Rosalina e olho para a campanha de outros candidatos, é que a gente percebe a desigualdade fruto do racismo estrutural dentro da política.
A falta de apoio para a candidatura de Rosalina e a dificuldade que ela teve enquanto uma mulher negra quilombola de conseguir se eleger são comportamentos que tem afastado mulheres negras de se lançarem candidatas?
Acho que não tem afastado, tanto é que Rosalina continua na luta, mas fragiliza. A gente acaba se sentindo sozinha e dentro desse sentimento dificulta a participação, o envolvimento. Mas, ao mesmo tempo, por existir uma rede que luta e que faz essa discussão, sempre tem representatividade, tanto no campo municipal, quanto no campo estadual. Acho que deveriam ser melhores em sentido de dar mais apoio, melhores condições de trabalho, trabalhar com equidade.
“Eu preciso acreditar que eu mereço e que eu posso estar onde eu estou e que se eu desejar estar mais longe, eu também estarei. Então, eu sou responsável por mim e tendo esta consciência do espaço onde eu estou, sou responsável por outras pessoas”.
Na sua visão, o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes contribuiu para o aumento da participação política partidária de mulheres negras, não negras, de pessoas LGBTQIAP+S e pessoas advindas da periferia?
Eu percebo que a morte da Marielle e de Anderson deu mais visibilidade à luta de ocupação de espaços de tomada de decisão por negros e negras, pessoas LGBTQIA+. Infelizmente, a morte de Marielle, um fato trágico, denunciou como nós somos tratados na política pelas nossas posições, escolhas e, principalmente, pelo nosso histórico. As pessoas não querem nos aceitar porque somos negros e negras que saem das periferias, que saem dos meios rurais e não tem históricos de famílias políticas graciadas econômica e socialmente. Então, a morte de Marielle também encorajou outras pessoas a participarem.
Tem tido tratamento diferente por você ser uma mulher negra e por ter pautas relacionadas a questões social e racial?
Com certeza. Não é fácil. Eu, enquanto mulher negra ocupando uma pasta na gestão,sou a única pessoa que faz esse debate. Às vezes, você observa colegas de pastas até procuram te tratar com respeito e educação, mas não priorizam essa questão ou tentam colocar como se fosse uma questão só minha. Todas as propostas de lei que eu apresentei foram aprovadas, mas você não percebe um olhar, um comportamento dos demais, a simpatia, a preocupação ou, até mesmo, querer aprender e discutir melhor essa pauta e propor emendas que possam enriquecer. É algo que passa, mas não tem a empolgação ou o engajamento da Casa Legislativa, porque não é compreendido como sendo algo importante para o município. Ninguém se levanta contra, mas também não há engajamento.
E como você se defende dessas violências, dessas situações. Qual é o seu mecanismo de defesa para se proteger?
Ameaças contra a minha vida eu nunca sofri. Muita gente sofre violência no sentido de tentar invisibilizar ou deturpar as nossas pautas e a nossa história de vida. Isso acontece com muita frequência e eu aprendi que a única forma de lidar com isso é não parar de lutar e não deixar de acreditar na nossa luta, não se omitir, não perder a nossa identidade. É acreditar todo dia que a nossa luta é necessária e que eu não faço só por mim.
Para você, as cotas de gênero na Política e nos partidos é uma coisa positiva? Elas têm surtido efeito?
Acredito que sim. Nós sabemos que ainda tem muitos partidos políticos que colocam meramente para complementar, mas acho, inclusive, que a própria efetivação da lei, em alguns casos, penaliza as candidaturas laranjas. Ajuda que os partidos não caiam no mesmo erro e, mesmo que seja de forma forçada, eles têm que trabalhar a questão das candidaturas femininas. As mulheres sempre estiveram presentes na política, só que nos bastidores. O que acontece agora é a obrigatoriedade de poder também contribuir de forma mais expressa, então eu acho que a Lei de Cotas contribui para a efetivação.
A cota não é suficiente, precisamos mais do que a cota, precisamos também discutir e garantir a equidade no processo de campanha, o que também não é fácil. É competição fora dos partidos, dentro dos partidos, dentro dos grupos ou setoriais partidários, entre nós mulheres, entre nós negros e negras. É um espaço de disputa de poder.
Vivemos um cenário de criminalização da política. Dessa forma, como candidaturas como a sua, uma mulher negra, contribuem para a desconstrução e qualificação desse cenário?
É preciso compreender a importância de ter candidatos negros e negras, de saber qual é o debate, fazer perceber que as candidaturas negras trazem pautas, trazem histórias de vida e condições de propor no sistema político transformações que nós precisamos.
Não dá para falar de igualdade, sem discutir o fim da violência, o acesso à educação, à saúde. Para fazer essas discussões, a gente precisa discutir principalmente com quem não tem. Eu acredito que a gente precisa, cada vez mais, fortalecer o debate e construir as condições de ter as candidaturas negras sob a perspectiva de que de fato nós, enquanto atores deste processo, tenhamos condições de promover mudanças e nos tornarmos protagonistas.
O que você espera do cenário político do Piauí em 2022, tendo como norte a mobilização social das mulheres negras, de quilombos e pessoas LGBTQIAP+S, vista no pleito eleitoral do ano passado?
Eu acredito que aumentará o número de candidaturas no cenário municipal em 2024. O cenário estadual é muito fechado e com a questão do fim das coligações proporcionais, muitos partidos pequenos não terão a condição de se colocar na disputa. Com essa questão, até os partidos maiores estão com dificuldades de formação de composição de chapa. Sem a coligação, acabam com os partidos de aluguel e isso é bom, mas precisamos de estratégias para que os partidos pequenos e de lutas não desapareçam. O trabalho de base pode ajudar essas candidaturas e fortalecerão os partidos.
Que mensagem você deixa para as meninas e mulheres negras, foco do Odara – Instituto da Mulher Negra, para que elas passem a ter mais interesse, participem da Política e que possam transformar o cenário hostil – de pouca representatividade negra e feminina – nos espaços de decisão Política?
Acredito que o lugar que a gente vem importa muito. Somos nós que estamos nas periferias, nas comunidades quilombolas, somos vítimas de todo tipo de violência diariamente e responsáveis também por querer transformar essa realidade, mover essas correntes, romper o silêncio e fortalecer outras mulheres. Quando a gente se percebe enquanto sujeito, protagonista da nossa própria história, nós precisamos ajudar também outras mulheres. Acreditar que outras pessoas farão por nós, é cômodo e insuficiente. Então, se eu quero transformar, ser melhor, eu preciso fazer a minha parte e fazer a minha parte é também querer ocupar esses lugares de poder e ter coragem.
Nada na vida é fácil, seja nos bastidores ou à frente dos holofotes, sempre vamos ter dificuldades, vamos ter pessoas, grupos ou sistemas que desejam nos tirar dali, porque acreditam que não é o nosso lugar, mas quem precisa acreditar que de fato é o nosso lugar, somos nós.
A política partidária não vai resolver todos os problemas do mundo, eu tenho plena consciência disso, mas onde nós não estamos, onde nós não desejamos chegar ou temos medo de chegar, outros chegarão. Eu acredito que eu possa contribuir e me coloco à disposição para que aquele espaço não seja ocupado só por aqueles que nos oprimem. Eu vou lá fazer o contraponto e mostrar que é necessário lutar pelo fim da opressão.
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