Vigília das Pretas abre Campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres em Salvador

O mês de Novembro é conhecido pelas suas agendas de luta contra o racismo e de combate à violência contra as mulheres. Com o objetivo de protestar contra a violência racial e de gênero na Bahia, a Rede de Mulheres Negras da Bahia realizará nesta sexta-feira, 21 de novembro, o lançamento da campanha “Negras em Vígilia: você sabe o que aconteceu com a dona deste sapato?”, às 14h30, no Dique do Tororó.
O lançamento da campanha marca o inicio das atividades que compõe a agenda dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres a ser realizada em todo estado até o dia 1º de dezembro. De acordo com a Rede de Mulheres Negras da Bahia, as pesquisas relacionada a violência contra as mulheres divulgadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) demonstram que iniciativas como a aprovação da Lei Maria da Penha tem sido importantes para ampliar as denuncias e punição dos crimes de violência contra as mulheres, que ainda é crescente em todo o país.
Os dados apontam que mesmo com diversas iniciativas de criminalização da violência o feminicídio (homicídio de mulheres), principalmente, relacionado às mulheres negras ainda é muito grave. Segundo os dados do instituto, entre 2001 e 2006, período anterior à Lei Maria da Penha, foram mortas, em média, 5,28 mulheres a cada 100 mil. No período posterior, entre 2007 e 2011, foram vítimas de feminicídio, em média, 5,22 mulheres a cada 100 mil.
A pesquisa também definiu o perfil das principais vítimas: são mulheres jovens e negras. Do total, 31% das vítimas têm entre 20 e 29 anos e 61% são negras. No Nordeste, o percentual de mulheres negras mortas chega a 87%;. O Espírito Santo é o estado brasileiro que mais registrou assassinatos de mulheres entre 2009 e 2011, 11,24 a cada 100 mil, muito superior à média brasileira no mesmo período. A Bahia é segundo estado mais violento com (9,08), Alagoas (8,84) e Roraima (8,51).
Entre 2001 e 2011, estima-se que cerca de 50 mil mulheres foram vítimas de homicídio cometido pelo parceiro ou ex-parceiro no país, dos quais 50% com o uso de armas de fogo. O Ipea ainda constatou que 29% desses óbitos aconteceram na casa da vítima, o que reforça o perfil das mortes como casos de violência doméstica.
Com objetivo de protestar e denunciar a violência que assolando a vida das mulheres negras no estado da Bahia as mulheres negras sairão em vigília para manifestar seu repúdio e lembrar a memória das milhares de mulheres que perderam suas vidas em decorrência da violência.
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