Campanha Justiça e Solidariedade aos Grupos mais Vulneráveis ao Covid-19 na Bahia atende 400 famílias em uma semana
Redação Odara
A Campanha Justiça e Solidariedade aos Grupos mais Vulneráveis ao Covid-19 na Bahia, organizada pelo Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA), o Odara – Instituto da Mulher Negra e a ONG Vida Brasil, está de volta às ruas desde a última sexta-feira (14). A campanha, em apenas uma semana, já beneficiou 400 famílias com distribuição de cestas básicas, 1500 máscaras reutilizáveis de proteção individual e hortaliças frescas e orgânicas produzidas pela Associação de Produtores de Hortaliças de Moradas da Lagoa, da comunidade de Nova Brasília de Valéria, em Salvador.
A ação, entre abril e dezembro do ano passado, prestou assistência a mais de 5 mil famílias baianas, sobretudo composta por mães e familiares de vítimas do Estado, trabalhadoras domésticas, povos de terreiros, pescadoras e pescadores, costureiras, catadoras e catadores de materiais recicláveis e mulheres trans e em situação de prostituição. Este ano, a campanha segue contemplando esses mesmos públicos.
Débora Rodrigues, representante da Vida Brasil, menciona os três eixos principais da Campanha: atendimento imediato com alimentação, enfrentamento ao covid e geração de renda contínua. “Quando você cruza a doação de comida, com a agricultura familiar, você permite a geração de renda para essas famílias de agricultores e agricultoras que produzem esse material” afirma. Pensando no público, Débora menciona como as famílias chefiadas por mulheres negras são as mais atingidas pela fome.
Erika Francisca, assistente social e ativista do Odara, menciona que a falta de responsabilidade e assistência do governo para com as pessoas mais afetadas no contexto da pandemia é uma motivação para a campanha. “Retomamos os trabalhos em 2021 com muita indignação pelo cenário de mortes, dor, violência e fome. Amenizar a fome da população vulnerável é nosso objetivo”, destaca a ativista que menciona o manifesto Os desafios para enfrentar a pandemia da Covid-19 ainda seguem firmes, lançado em 27 de abril pela Campanha Justiça e Solidariedade, como um importante documento sobre a conjuntura de descaso com a vida e os direitos.
A representante do Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA), Ana Carine Nascimento, entende a importância de ações como essas no contexto em que estamos: “Muitas famílias foram impactadas pela pandemia do coronavírus, a fome e o desemprego têm batido à porta. Dessa forma, a campanha Justiça e Solidariedade tem o papel de contribuir com aquilo que é o básico das nossas vidas, a alimentação”.
Bernadete Costa, mãe de santo no terreiro Nzo Mungongo Lembeuaji Junsara, em Salvador, é responsável pela distribuição das cestas básicas na comunidade de São Lázaro. Ela conta que a ação tem acolhido pessoas que não teriam acesso a nenhuma outra assistência: “Estamos ajudando a nossa comunidade. As pessoas estão muito precisadas e gratas por tudo isso”.
Andrezza Bellushi, ativista do Projeto Transflorecer, explica como vem se articulando na busca por alimento para as travestis e transsexuais e ressalta: “Está sendo de grande importância para todas nós, mulheres travestis, o apoio que a campanha está nos dando.” Andrezza comentou sobre a fartura de alimentos nas cestas e como foi possível manter-se por dois meses com uma única ajuda.
A campanha justiça e Solidariedade segue se articulando para auxiliar os grupos mais vulneráveis na Bahia, juntamente com os grupos depescadores e pescadoras, os agricultores e agricultoras famílias, comunidades de terreiro e quilombolas e pessoas lgbtq+.
Participe dessa rede de apoio, acolhimento e incentivo aos grupos mais afetados pela pandemia na Bahia. Doe qualquer valor para as contas!
PARA DOAÇÕES:
Banco Bradesco
Agência: 3602
Conta corrente: 0059343-5Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA)
CNPJ: 01.704.986/0001-43
Banco do Brasil
Agência: 2957-2
Conta corrente: 981699-2
Odara – Instituto da Mulher Negra
CNPJ: 17.589.472/0001-24
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