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CHAMADA PÚBLICA: INSTITUTO ODARA ABRE VAGAS PARA 3ª TURMA DA ESCOLA BEATRIZ NASCIMENTO

As vagas são exclusivas para mulheres negras das regiões Norte e Nordeste

Redação Odara

A Escola de Ativismo e Formação Política para Mulheres Negras: Beatriz Nascimento está realizando uma chamada pública para a formação da sua 3ª turma. As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas até o dia 11 de março, através do formulário disponível aqui. São 40 vagas, disponíveis para mulheres negras do Norte e Nordeste do Brasil.

O resultado será divulgado no dia 21 de março, no site do Odara – Instituto da Mulher Negra (www.institutoodara.org.br) e as aulas acontecerão entre os meses de abril e julho. Nesta edição, as aulas serão em formato virtual, com carga horária de 60 horas (teóricas + práticas). 

A formação compreenderá os seguintes temas: Pensamento de Mulheres Negras Contemporâneas, História das Organizações de Mulheres Negras, Políticas Pública na Perspectiva de Mulheres Negras, Pensando nas Lésbicas, Bissexuais e Transexuais Negras (História, Memória e Organização Política), Comunicação e Incidência Política, Feminismo Negro e Tecnologias.

Sobre a Escola Beatriz Nascimento

Criada pelo Instituto Odara em 2020, a Escola de Ativismo e Formação Política para Mulheres Negras Beatriz Nascimento tem como finalidade contribuir para o fortalecimento político e organizacional de grupos, coletivos e de mulheres negras individualmente.  A Escola promove espaços de formação, trocas de experiências e articulação de ações, a fim de qualificar a incidência política das mulheres negras no Brasil.

Como elucidou a própria Beatriz Nascimento, a história da população negra no Brasil tem sido escrita por mãos brancas de forma deturpada e essas narrativas precisam ser reapropriadas para que nos tornemos protagonistas da nossa própria história. Para Silene Arcanja Franco, coordenadora do projeto, a Escola é uma importante ferramenta para realizar esse resgate histórico.

“Para muitos de nós a história de organizações negras e protagonismo das mulheres negras, ainda é desconhecida. Então é isso que a escola faz, apresenta às nossas jovens mulheres este caminho através da experiência e da vivência de outras mulheres negras que nos antecederam e dos exemplos que nos são contemporâneos”, explicou ela.

Historicamente, mulheres negras têm forjado experiências de lutas e sobrevivência, de espiritualidades, de estar no mundo e de fazer política. Para aprofundar e atualizar as análises sobre tais experiências, subjetividades e transformações, a cada ano a Escola desenvolve um planejamento de formação diferente. 

“Como fazemos isso? Nos interrogando, nos avaliando, ouvindo nossas parceiras interlocutoras. O resultado é que a cada edição tentamos incluir novas demandas, como resultado da nossa escuta sensível… Que ativismo e que projeto político nós estamos pensando em construir juntas? Juntos? Então, a cada etapa e edição, são essas questões que estão em jogo”, contou Silene.

Quem foi Beatriz Nascimento?

Historiadora, professora, roteirista, poeta e ativista pelos direitos humanos da população negra e das mulheres. Acadêmica, Beatriz foi crítica da exclusão e racismo vivenciados por estudantes negros dentro das universidades brasileiras. 

A temática do racismo, do ser mulher negra em seus desafios e potencialidades e das experiências de resistência de povos negros no Brasil – como os quilombos e as religiões de matriz africana -, eram sempre presentes em suas pesquisas, que até hoje servem de referência para os estudos sobre a história do povo negro no Brasil.

Em 1995, Beatriz foi brutalmente assassinada pelo companheiro de uma amiga que sofria violência doméstica, a quem Beatriz aconselhou a terminar a relação.

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