Comunidades de Axé convocam Ato em defesa do Parque Ancestral do Abaeté, em Salvador (BA)
A manifestação acontecerá no dia 19 de março, com concentração nas Dunas do Abaeté a partir das 9h
Redação Odara
Os Terreiros Axé Abasá de Ogum e Ilê Ase Maa Ase Ni Ode, e o Odara – Instituto da Mulher Negra, realizam o Ato em defesa do Parque Ancestral do Abaeté, em Salvador (BA). A manifestação acontecerá no dia 19 de março, às 9h, com concentração nas Dunas do Abaeté.
O Povo de Santo, em parceria com o Odara, se reunirá mais uma vez para protestar contra o racismo religioso e as ameaças que a região vem sofrendo em decorrência do projeto de urbanização do Parque Metropolitano do Abaeté, iniciado pela Prefeitura de Salvador no último dia 10 de fevereiro.
O projeto é alvo de críticas por não haver diálogo da Prefeitura com a comunidade local e não ter sido apresentado um relatório de impactos ambientais que podem ser gerados com as obras. Existe ainda a preocupação com a possibilidade de violação de locais que são considerados sagrados para as religiões de matriz africana.
Valdecir Nascimento, ativista política fundadora do Instituto Odara, defende que preservar o Parque do Abaeté é preservar também a história e memória da população negra soteropolitana e baiana.
“A defesa do Parque Ancestral do Abaeté significa a manutenção da memória do povo que construiu esse estado e construiu essa capital sobre o sangue e suor. O povo negro merece esse espaço. Esse espaço é nosso! Não vamos abrir mão”, declara Valdecir.
A Ekede Railene Silva, do Ilê Ase Maa Ase Ni Ode – um dos Terreiros que está à frente da mobilização – ressalta a importância de que as pessoas compareçam para fortalecer o ato:
“O local já está sendo construído, o espaço está sendo devastado. A gente precisa da garantia da presença das pessoas, porque sozinha ou com meia dúzia de pessoas a gente não vai conseguir adentrar aquele lugar e fazer o nosso ato”, enfatiza.
Também à frente da realização do ato, a Yalorixá Jaciara Ribeiro, do Ilê Axé Abassá de Ogum, localizado na região do Abaeté, afirma que a ligação feminina com o espaço é muito forte, já que “a Lagoa do Abaeté guarda o segredo de Oxum”, Orixá Feminina guardiã das águas doces, conhecida por sua força e visão estratégica e política.
Ya Jaciara ainda reforça a importância de os religiosos de matriz africana, o povo negro, as mulheres negras, estarem presentes no ato. Segundo ela, “para combater todas as formas de racismo religioso, racismo ambiental, é preciso dar visibilidade às nossas caras nesses espaços que tentam apagar a nossa identidade”.
O Ato em Defesa do Parque Ancestral do Abaeté tem apoio das Ganhadeiras de Itapuã, Malê Debalê, Filhas de Gandhy, Ojo Omi Odo, Koinonia e Ìyá Àkobíode – Mulheres que Transformam.
Serviço
O quê: Ato em Defesa do Parque Ancestral do Abaeté
Quando: 19 de março às 9h
Onde: Dunas do Abaeté, em Salvador (BA)
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