Estão abertas as inscrições de atividades para a agenda coletiva da 10ª Edição do Julho das Pretas – Mulheres Negras no Poder, construindo o Bem Viver!

A edição é marcada pela volta das atividades presenciais e expectativa de ocupação das ruas pelos movimentos de Mulheres Negras

Em reunião virtual convocada pela Rede de Mulheres Negras do Nordeste para articular as ações da 10ª edição do Julho das Pretas, durante a noite da última terça-feira (17), ficou definido que o tema deste ano será Mulheres Negras no Poder, construindo o Bem Viver!

Além do tema, foi definida a abertura do formulário para inscrição de atividades na Agenda Coletiva do Julho, que está disponível até o dia 15 de junho

QUEM PODE SE INSCREVER NA AGENDA: Organizações e coletivos de mulheres negras; organizações de movimentos negros e organizações sociais em geral que tenha o antirracismo e o combate ao sexismo como perspectiva central de sua atuação; instituições de ensino; grupos de pesquisa, associações de categorias trabalhistas; grupos de empreendedoras negras e empreendedoras negras individuais.

QUEM NÃO PODE SE INSCREVER NA AGENDA: Autarquias e instituições do Estado; partidos políticos; empresas privadas que não sejam de propriedade de mulheres negras.

Para inscrever uma atividade na agenda da 10ª edição do Julho das Pretas, clique no link abaixo: 

Julho de Insurgências nas Ruas

A primeira reunião aberta de articulação da 10ª edição do Julho das Pretas contou com mais de 130 mulheres negras que compõem organizações dos nove estados do Nordeste. O tema Mulheres Negras no Poder, construindo o Bem Viver!, que foi sugerido e aprovado por unanimidade entre as participantes da reunião, irá nortear as agendas de atividades que serão realizadas neste ano.

Durante a reunião, as mulheres demonstraram estar de acordo em relação ao caráter de denúncia e revolta que definem o Julho das Pretas de 2022, diante do aumento das desigualdades, retirada de direitos e negligência do governo para com as pautas das mulheres negras e da população negra em geral. 

A ideia é trazer ao centro das discussões do Julho, questões como: poder para as mulheres negras; enfrentamento às violências, genocídio e feminicídio; eleições e democracia; saúde das mulheres negras e aumento dos índices de fome, desemprego e pobreza entre as mulheres negras durante a pandemia.

“Queremos disputar o poder. Chega de migalhas! Precisamos radicalizar para tomar o poder!”, enfatizou Valdecir Nascimento, fundadora do Odara – Instituto da Mulher Negra e representante da Coordenação da Rede de Mulheres Negras do Nordeste.

Com a retomada das atividades presenciais depois de um longo período de isolamento por conta da pandemia, a chamada agora é para ocupar as ruas de forma estratégica e mostrar o potencial de transformação política das mulheres negras.

“O momento é de falar sobre as insurgências das mulheres negras, formar alianças e voltar às ruas depois de inúmeras atividades online”, convocou Suely Santos, da Rede de Mulheres Negras da Bahia. 

“Precisamos construir proposições e ações afirmativas para sair do lugar de reação, dizer o que queremos e conseguir superar os sistemas de desigualdade que nos são impostos. O Julho das Pretas será potente”, afirmou Myrella Santana, de Pernambuco.

Sobre o Julho das Pretas

Criado em 2013, pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, o Julho das Pretas é uma ação de incidência política e agenda conjunta e propositiva com organizações e movimentos de mulheres negras do Brasil, voltada para o fortalecimento da ação política coletiva e autônoma das mulheres negras nas diversas esferas da sociedade brasileira.

A agenda celebra o 25 de Julho, Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina americana e Caribenha. Desde o início, o Julho foi aderido e potencializado pela Rede de Mulheres Negras do Nordeste, ganhando em poucos anos toda a região e logo depois o Brasil.

Todos os anos diversos movimentos de mulheres negras se reúnem para decidir um tema para o Julho das Pretas que dialogue com a conjuntura, e este ano o tema será: Mulheres Negras no Poder, construindo o Bem Viver!

A edição de 2022 é histórica, pois marca os 10 anos de realização do Julho das Pretas e 30 anos desde que o movimento de mulheres negras da América Latina e Caribe declarou o 25 de Julho como o Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina americana e Caribenha.

Assine o Boletim Odara:



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