Rede de Mulheres Negras do Nordeste faz encontro com o Movimento de Mulheres Negras da Bahia

Ação faz parte do cronograma de reuniões presenciais da Rede Nordeste com movimentos de mulheres negras da Região e aconteceu na Casa da Mulher Negra da Bahia

Redação Odara

A coordenação da Rede de Mulheres Negras do Nordeste, composta pela Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba, Ayabás – Instituto da Mulher Negra do Piauí e Odara – Instituto da Mulher Negra, esteve em Salvador (BA) no último domingo, para um encontro com o Movimento de Mulheres Negras da Bahia.

O encontro aconteceu na Casa da Mulher Negra da Bahia e foi recebido pelo Coletivo Angela Davis, Instituto Odara, Rede de Mulheres Negras da Bahia e Revista Afirmativa – Coletivo de Mídia Negras, organizações da Bahia que compõem a Rede Nordeste. A atividade começou com um café da manhã coletivo e uma dinâmica de apresentação facilitada por Beatriz Sousa, ativista do Odara. Emocionadas, as mulheres compartilharam com o grupo palavras que representavam suas expectativas em relação ao encontro. Afeto, acolhimento e coletividade foram as palavras mais citadas.

Em seguida, com mediação de Maria Abade, da Rede de Mulheres Negras da Bahia, as organizações que compõem a coordenação da Rede de Mulheres Negras do Nordeste apresentaram a história da criação da rede. “A rede é composta pelo que cada uma de nós tem a oferecer. É no coletivo que a gente consegue caminhar e transformar”, afirmou Halda Regina, do Ayabás.

Valdecir Nascimento, fundadora do Odara e da Rede Nordeste, falou sobre o processo de reconstrução e retomada da rede, que durante os últimos meses tem visitado os estados do Nordeste para fortalecer o diálogo com os movimentos de mulheres negras e convidá-las a integrar a Rede Nordeste. “A gente precisa mandar no Nordeste, ser a força política desta região. E não aceitamos mais o lugar de subalternidade em relação ao Sul e Sudeste”, enfatizou Valdecir.

Com mediação de Dailza Araújo, representante do Coletivo Angela Davis, as mulheres se dividiram em três grupos para a realização da atividade “Colcha de Contextos”, onde discutiram e apontaram as principais problemáticas que atravessam as vivências das mulheres negras, bem como as estratégias para, coletivamente, superar essas questões. “De forma coletiva a gente consegue entender as nossas diferenças, superá-las e explorar as nossas potencialidades”, disse Dailza.

Os grupos trouxeram para o debate questões como o racismo, a segurança pública, saúde e justiça reprodutiva, economia e projeto desenvolvimentista, emprego e renda, direito à cidade, violência política, saúde mental das mulheres negras, sucateamento da educação pública, dentre outros temas.

Como possíveis caminhos, as mulheres falaram sobre o fortalecimento das organizações de mulheres negras do Nordeste, estratégias de controle social para fiscalizar saúde, educação e outras áreas e campanhas de comunicação para mobilizar as comunidades em torno de pautas importantes.

A série de encontros estaduais é uma estratégia para fortalecer o movimento de mulheres negras, aprofundar as leituras de contexto na região no pós pandemia, promover espaços de escuta e de denúncia e tem marcado a retomada das atividades públicas presenciais da Rede de Mulheres Negras do Nordeste. Os contextos apresentados nos estados irão orientar a incidência política da Rede no próximo ano. Os encontros fazem parte de um projeto do Instituto Odara, com apoio da ONU Mulheres e da Heinrich Böll.

Além das organizações que coordenam a Rede Nordeste, participaram do encontro representantes da Revista Afirmativa, Associação Papo de Mulher, Coletivo Angela Davis, Rede de Mulheres Negras da Bahia e Grupo de Mulheres do Alto das Pombas.

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