Rede de Mulheres Negras do Nordeste faz encontro com o Movimento de Mulheres Negras de Sergipe

Ação faz parte do cronograma de encontros presenciais da Rede Nordeste com movimentos de mulheres negras da Região e foi recebida pela Rede de Mulheres Negras de Sergipe

A coordenação da Rede de Mulheres Negras do Nordeste, composta pela Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba, Ayabás – Instituto da Mulher Negra do Piauí e Odara – Instituto da Mulher Negra, desembarcou neste sábado (8) em Sergipe para um encontro super importante com o Movimento de Mulheres Negras de Sergipe.

A atividade aconteceu em um sítio no interior do estado, durou o dia inteiro e marcou o lançamento da Rede de Mulheres Negras de Sergipe, com um grupo de organizações e ativistas negras que há cerca de 3 anos vem idealizando a Rede de Sergipe.

A programação contou com um café da manhã e almoço coletivo, práticas integrativas, dinâmica de apresentação e uma leitura de conjuntura e contexto chamada de “Colcha de Retalhos”, apresentação da Rede Nordeste e das organizações e mulheres presentes.

Naiara Leite, coordenadora executiva do Instituto Odara, falou sobre a importância da Rede Nordeste para a luta por direitos no Brasil. “Somos o grupo político mais radical disputando um projeto político no país”, afirmou.

A história, os objetivos e a conjuntura atual da Rede Nordeste veio como parte importante do encontro. Valdecir Nascimento, fundadora do Odara e da Rede Nordeste, contou sobre a importância da Auto Organização de Mulheres Negras de Sergipe – Rejane Maria (que organizou o encontro junto a Rede de Sergipe) e das organizações do Nordeste para a construção da Marcha das Mulheres Negras, que aconteceu em 2015, em Brasília. “Era de arrepiar aquela massa de mulheres negras em Brasília. Nós não sabíamos que seria possível tanta movimentação, mas as mulheres negras do Brasil acreditaram. E essa é a nossa responsabilidade”.

Halda Regina, coordenadora do Ayabás, trouxe a importância do cuidado e da responsabilidade coletiva com o movimento e as relações. “Nós somos diversas e plurais, e podemos divergir mas não podemos deixar as discordâncias destruir nossas relações”. Halda também destacou a necessidade da Rede Nordeste estar presente e fortalecida em todos os estados da região: “Sem Sergipe, ou Piauí ou qualquer estado, não há Rede de Mulheres Negras do Nordeste”.

Laila Oliveira, do Rejane Maria, conta a história da Auto Organização e da ativista negra sergipana homenageada no nome do grupo, e como aconteceu a aproximação de Sergipe à Rede Nordeste, através do processo da Marcha de 2015.

Na Colcha de Contextos, discutimos temas como: Feminicídio; Violência do Estado; o Julho das Pretas; Eleições e a fragilidade das mulheres negras na disputa política partidária.

Naiara explicou como funciona o processo de filiação à Rede Nordeste e mais uma vez convocou as mulheres a conhecer e participar da Rede para pensar ações articuladas na região.

A série de encontros estaduais é uma estratégia para fortalecer o movimento de mulheres negras, aprofundar as leituras de contexto na região no pós pandemia, promover espaços de escuta e de denúncia e tem marcado a retomada das atividades públicas presenciais. Os contextos apresentados nos estados irão orientar a incidência política da Rede no próximo ano. Os encontros fazem parte de um projeto do Instituto Odara, com apoio da ONU Mulheres e da Heinrich Böll.

Além da Rede Nordeste, da Rede de Sergipe e do Rejane Maria, estiveram presentes representantes do Movimento Negro Unificado (MNU – SE), Movimento das Catadoras de Mangaba, Coletivo Afro Ginká, União dos Negros do Brasil (Unegro – Se), Mulheres em Movimento e Movimento Feminista Aúa Nanã.

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